A CRIATURA

A CRIATURA

Pensava que a criatura havia morrido
Mas que nada,havia apenas adormecido
Acordou,saiu se arrastando pelos corredores do meu eu
Gemendo,arranhando as paredes,doendo em mim
Cambaleando pelos meus cantos escuros

Urrou com a imensa dor
O punhal da traição fincado as costas
Ainda brilha,polido pela repugnância
E eu pensando que estava enferrujado
O punhal ainda corta,laminas afiadas
A me retalhar a alma

A criatura grita,chora de ciúmes e ódio
Desejo de vingança fatal
Suas lágrimas escorrem pelos meus olhos
Profere impropérios que saem pela minha boca
Palavras que queimam como fogo
Parece um dragão
Desejando consumir tudo ao seu redor
Só não consegue consumir a dor imensurável
De ter sido ferida e abandonada

Oh! Criatura maldita,quero que saias de uma vez
Me deixe,quero ter Paz.
Não quero mais olhar para trás
Se eu pudesse te domava
Te arrancava o punhal traiçoeiro das costas
Curava a tua medonha ferida
Mas já vi que não posso
Só penso que te esqueço,e tu dormes

Mas quando acordas nesta fúria
A me arrebentar por dentro
Também ferindo os que fora estão
Podes causar uma destruição

Por isso te ordeno
Sai de mim,depressa vá embora
Carrega essa dor medonha
Para o pro fundo do profundo mar
Lá te condeno ao exílio
Não ouse retornar

Quero reviver,quero sarar
Esquecer do traidor
Que não respeitou nosso amar

Marize Rodrigues Ukwakusima.

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Comentários

  • 3582510?profile=original

  • A poesia tem o poder de transformar o trágico em belo.
    Maravilhoso poema, Marize! Bjs

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CPP