A rataria andava a eito,
Caindo em ratoeiras.
Caçados a torto e a direito,
Cortavam-lhes rabos, orelhas.
O queijo de qualidade era certo
O chouriço do melhor.
Na feira viviam a coberto
Entre o feirante e o doutor.
Roíam, livros, casacos,
Sabão em barra na toca.
Andando sempre em união.
Se revezavam à troca.
Rataria malvada,
Minavam o navio, no porão.
Roíam a vela, a bandeira,
se multiplicaram por toda a nação.
Muitos ratos têm força,
Muito mais que um elefante.
E se mascararam de corsa,
Papagaio e almirante…
Vomitavam palavras roídas,
Que dos bons livros roeram,
E inventaram carnes moídas,
com sabão que lhe puseram.
Sim, que o gado já não era,
Do bom e são criador.
Agora vacas injetadas,
Com o veneno do matador.
A vida em comunidade acabou,
pastor, merceeiro, aos bocados,
o poder popular se arruinou,
e levantaram hipermercados...
Falaram em ambiente,
para nos domesticar,
separando toneladas de lixo,
para então, os ajudar...
Agora com tudo agarrado,
paga-se a cheque e cartão,
e o povo em fila alinhado,
é carimbado na mão...
hormonas, óleo de palma.
margarinas saturadas.
café e cola p'ra alma,
químicos às toneladas...
Oh, febre dos ratos.
Inquinando aos milhões.
Infestando dentro dos pratos,
Envenenando os serões.
Agora que ganharam asas,
Voaram por todo o lado.
Entraram em todas as casas,
Cantando o hino e o fado.
Ensinaram as pessoas,
A viver com a rataria.
Lhes roubando coisas boas,
E ensinando porcaria.
Olhando atrás da galinha,
E analisando ali só,
separando o que dele provinha,
fizeram o ovo igual ao cócó…
espreitando pelo buraco,
encontraram a esfera celeste.
E pactuando com o diabo,
O fizeram extra-terrestre.
Hormonas p’ra cá e p’ra lá.
Obrigando a que as tomem
Dizem que mulher já não há,
Que agora vai ser tudo homem.
Assim o homem enfraquecido,
Diz que já não há família,
Não quer ser mais marido,
Porque só encontra quezilia.
Ai do homem meio tonto,
Já não quer mais saber de nada.
e vai na história e no conto,
da rataria mascarada.
Depois venham cá dizer,
Que isto agora é tudo igual,
Que eu vou ensina-los a ver,
Entre Cristo e o carnaval.
A vida são dois dias,
E o carnaval são três.
Mas o fim do carnaval é enterro,
e foi o diabo que o fez.
Já em Cristo há sofrimento,
são dois dias de solidão,
Mas no fim de tal tormento,
Vai haver ressurreição.
Esta é a grande diferença,
Entre o ódio e o amor.
É a rataria que avança,
Mas a Deus vou em clamor….
Mário Silva
22/04/2017
Comentários
Belo e reflexivo poema. Aplausos! Bjs
Espécies de ratos vieram da Europa e surgiram lá na época das cruzadas. As ratazanas surgiram no século XVIII. A famosa peste negra da Europa, em meados do século XIV, e as epidemias de peste bubônica, no começo do século XX, foram devidas a uma excessiva propagação de ratos.
Soul Asylum – Caged Rat: fonte
São animais que trazem muitas doenças, mas por ele estarem a céu aberto é porque o ser humanos invadirão o seu habitar
martisns
E os ratos são graúdos e causam um grande estrago. Parabéns pela composição reflexiva.
Bela tarde de domingo.
Obrigado Edith! Bom Domingo, também para si, aí na terra do calor!
Bravo amigo Mário!! bela comparação, estamos mesmo rodeados de rataria, rsrrs, muito bom, abraços.
Obrigado querida amiga! Abraço...
Parabéns, poeta, poema lindo, encantador, adorei... "O problema deste mundo é que ele esta infestado de ratos, rsrsrs". Abraços, paz e Luz!!!