Ele acorda de madrugada
E fica sempre bem perto do chuveiro
Esperando pela tua chegada
Fiel, como um bom guerreiro
Sempre atento, sempre alerta
Se emociona nessa rotina matinal
Quando vê a porta do banheiro aberta.
A água morna nos teus cabelos
Enquanto ele nos teus dedos
Se entrelaça e no meio dos apelos
Desliza até os teus segredos
E se acomoda no meio dos teus seios
Onde eu também gostaria de me perder
Para poder saciar todos os meus anseios.
Mas eu fico sem nada entender
Porque o sabonete que te lava
Sempre se cala e nunca
Me fala de você
Não me conta da tua anatomia
Nem me ensina como devo fazer
Pra tentar enganar essa agonia.
O sabonete que te lava
Sempre se cala
Se esfrega em minhas mãos
Faz espuma nos meus dedos
E desaparece no infinito
Levando com ele a intimidade
Dos teus segredos...
Comentários
Ah Heriberto, se sabonete falasse! Você saberia muito mais do que imagina... Versos deslumbrantes, amigo! Bjs
Bela inspiração poeta.
Que imaginação, os sabonetes são sempre discretos, mas nesse há muita sensualidade! Ficou lindo o seu poema! Parabéns Heriberto!
Você esqueceu de colocar a tua autoria.
Que sensual poema, Heriberto. É estranho pensar no sabonete desta forma, mas não tem como ser de outro jeito. Ficou lindo.
Parabéns!
Muito advocatícia sua obra, cumprimentos meu amigo.