Águas da memória

Águas da memória

 .

Inundam minh’alma estas águas passadas,

Que trago retidas em minhas memórias,

Algumas são odes, são cantos, são glórias;

Mas outras, somente, são penas juncadas,

Colhidas no tempo ao sabor das lufadas,

Dos ventos contrários do meu caminhar.

Lembranças que gritam, que fazem penar,

Que cortam, retalham meu ser em pedaços,

Que vestem de luto minh’alma, meus traços,

São lágrimas tristes, salgadas do mar.

 .

As águas que escorrem de dia e de noite,

Nas grotas profundas do meu pensamento,

São vozes caiadas de dor, sofrimento,

Algemas de mim, meu chicote de açoite,

Que não me dão paz, muito menos acoite.

Eu luto com fé para não naufragar,

Nas águas do tempo que insistem borrar,

O riso que aflora nos lábios sem pejo,

O sonho que nasce qual água de um brejo

Com lágrimas tristes, salgadas do mar.

.

E neste retrato pintado na tela,

Eu bem sei que sou grão ilusório de sonho,

Que em meio as tormentas da vida que enfronho,

No vão da tristeza, da dor, da procela,

Ainda pressinto que a vida é tão bela.

Por isso que expurgo da face o penar,

E toda tristeza que vem me amargar.

Assim vou seguindo, cerzindo as hachuras,

Bebendo na taça do tempo as rasuras,

Das lágrimas tristes, salgadas do mar.

 .

Edith Lobato – 07/11/13

 

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Edith Lobato

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Comentários

  • Mirando mi ocaso

    Se quiebra el timón y el alma suicida.

    Camina ésa sombra dejando el tormento

    que plañe en silencio, queda sin aliento,

    cuando desde el cielo siente su caída.

    Cualquier oración es su sal diluida.

    Violencia que hierve en su magma al llevar

    sumando al presente un pasado al azar.

    Y grita su historia sin que nadie escuche

    que hay que seguir, que salga, que luche.

     Botella vacía lanzada en la mar...

    .

    Palabras que hieren. Golpea la vida

    con furia, ironía. Fustiga. Lacera.

    Llanto solitario, perdido... Acelera

    penando la suerte de su despedida.

    La muerte anunciada que llega perdida

    tragando indecencia y temor al andar

    después de olvidada quiere lamentar

    sangrando impotencia, tristeza, y se apaga

    el ruego sin rumbo fraguado se embriaga

    mirando éste ocaso al borde del mar...

    .

    Nieves María merino Guerra

    Canarias - España

    09 de septiembre de 2015

    .

    Meiga...

     tentei de novo...

     A ver se apreendo de uma abençõada vez...

    rsrsrsrs

    Parabéns, mestra grande e boa.

     A seus pés!

    te amo.

    Beijos

    842404069?profile=original

    • Nieves querida, que lindeza, vamos esperar uma arte. Obrigada querida. Adorei. Ah, você mestra! Bjs

  • Teus versos sempre me encantam e me ensinam, amiga. Minha reverência sempre! Bjs

     

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