Desatino
A dor estampada em vermelho
A recusa como nuvem inesperada
Presente desta vida ingrata
A dor refletiu-se em mil espelhos.
As marcas encardiam os céus
Gravadas na gola desbotada
Gotejavam das mãos mal amadas
Gotas de sangue sabor de mel
Embriagada com seu rancor
No suor cheio de vingança
Num sorriso quase vencedor
Escutou o fim da dança
percebeu o fim da esperança
Mas era tarde para mudança
Sacerdotisa
Devaneio
Era de um carmim intenso
As gotas que desta nuvem brotavam
Era tão ingrata a vida, que as feridas
Abriam-se, não fechavam
Você roubou a alma do poeta
Ele perdido na noite, vagava
Na boca o gosto amargo do fel
Procura você, cadê você meu anjo cruel
Eu que tudo assistia tive sorte
Tenho por companhia o sorriso da morte
Como presente do teu ódio
Mas ao teu sinal me ajoelho
Pelo teu adeus. . .Solidão!
Por ti chorar, tenho meus olhos vermelhos
Alexandre Montalvan
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Comentários
Incrível e magistral poema em dois sonetos, umo clásico e outro em versos livres.
Genial, meu querido Alexander.
Gótico demais, chorra a desolação nele.
Chapêu!
Beijos com minha admiração.
Um duo onde o autor contracena com a própria autoria. Os poemas se harmonizam, parabéns, Alexandre.