Busco-me e encontro senão o silêncio
Existo no tempo que perece e não prescindo
Sequer desta existência feroz e intacta onde
Me ausento numa multidão de solidões
Apartadas engenhosas…acossadas
Encontro-me se deixar
Ajustando cada hora colectada a relaxar
Reconstruindo o maxilar de cada palavra
Mastigada com esmero na azáfama do lento
Crepúsculo deglutido até ao desespero
Achei-te se quiseres…porque quiseste
Acendendo as labaredas ao dia que agora
De lamentos se reveste
Um sorriso penetra meu ser como archote
Aceso na noite quando com amores me tiveste
Soneguei ao dia um gomo de luz porque à luz
Me deste um requintado poema colorindo todo
Este manancial alviceleste
Desaguando no engalanado silêncio onde feliz
O amor assim se reveste
Frederico de Castro
Comentários
Grato Marso pelo gentil comentário
FC
Que o Criador lhe abone cada vez mais, suntuosas criações para você nos presentear com essas joias poéticas.
Parabéns, poeta, poema lindo, passei para deleitar-me e aprender contigo os mistérios do versejar e do lirismo... Abraços, paz e Luz!!!
É muito riqueza de vocabulário, usada com muita mestria e muita beleza... incomum... Aplausos...