Rimas cheias com "ão",
sabores à canção,
metem medo nas crianças,
fazem forte a oração.
Servem ao amor, ao coração,
imitam o bicho papão,
adjetivam provérbios de Salomão
e explodem bolinhas de sabão.
Essas nuvens nuvulosas
trazendo chuvas dadivosas,
pintassilgos e curiós,
parolas que desatam nós,
traidoras e traíras,
chulés e ziquiziras,
me fazem inocente
me obrigam ser coerente,
escrever poemas malucos,
espremer da vida os sucos,
rever a Maria Fumaça
que passava lá na praça,
lembranças do mundo afora,
mais bonito que agora:
- Flagrantes da vizinha
caminhando no quarto de calcinha;
Latido do Bozó
como um samba duma nota só;
Causos e meu casulo
de quando tinha medo de escuro,
brincava na beira da praia,
dava pernadas, rabos de arraia.
Mas voltemos ao rimado com "ão" -
É o bão, é o bão, é o bão ! -
que nos inspira ser profetas,
prever, ler a mão,
aumentativo de tudo
e está na palavra "não":
- Soa amplo,
tem impacto de trovão.
Vem, me tira desta confusão
de falar sobre as rimas com "ão"...
Paolo Lim
Comentários
Parabéns, poeta, poema lindo, encantador, você foi pródigo no versejar, a criatividade emergiu de sua alma... Abraços, paz e Luz!!!
Muito obrigado lario Moreira. Sua gentileza para comigo é encantadora. Abraços do Paolo.
Nieves Merino Guerra : Retribuo os beijos e a agradeço. Bjs do Paolo.
Lindas palavras formando esse belo poema, em um insiso de ais que a perfeição, todo ele arrimado, e consolidado, lindo poema
Sua honrosa presença, JoséCarlos Ribeiro , é um estímulo ao meu humilde trabalho. Abraços do Paolo.
Vindas duma poetisa maior, suas palavras Angélica, me deixam "bessssssssta"... Bjs do Paolo.
Marsoalex, Sinto-me duplamente contemplado: Pela beleza do post e pelas palavras que contém. Obrigado ! Bjs do Paolo.