Repara o moço
Largado ao desgosto
Faminto do pertencer
Famigerado medo
Ninguém... ser!
A sina do miserável
Viver no gueto
Feito bicho sem dono
Vida Graciliano
Marca do abandono
De um regime democrático
Onde todos são des (iguais)
Perante o preconceito
[...País tropical
Abençoado por Deus
Povo varonil
Governo do gentil...]
Longe desta fábula
Veja na cidade e no sertão!
Nas avenidas e becos
Desfalecido espectro
Consta menos um
Que nunca foi lembrado
Por seu ato valoroso
De viver humilhado
A cidade limpa
Transeuntes felizes
O governo proclama
Acabou-se a miséria!
Bolsas que amarram
No poço o iletrado
Este pobre coitado
Que se vê obrigado
A votar no senhor doutor
Político dos bons!!!
Cuida de manter afastado
O homem de seu legado
Ser igual em condições
E não viver condenado.
O moço da calçada
Não entendia... quase nada
Mas sabia o quanto sofreu...
Estendido na avenida
Vitrine em decomposição
Restos de uma sociedade
Muro de lamentações
Aguarda redenção
Jennifer Melânia
Comentários
Vivemos em uma sociedade que os olhos são virados para esse problemas. O individualismo se pondera nessa democracia plutocrática onde somente os politicos somente fazem para eles
Conteúdo poético de excelente propriedade! Permaneça com esse trabalho que só vem a enriquecer a CPP. Eu ainda moro aqui na casa no mesmo endereço viu amiga Jennifer Melânia?
Infelizmente e rotineiro. É, o que se acompanha pelas calçadas não só do brasil, como em alamedas de outros países do mundo.
A minha vivencia me faz crer que poucos, se condoem dessas tristes cenas.
Quem desagradam aos mais sensíveis, neste cenário trágico em que vive o mundo.
O cada um pra si, parece que se perpetua aos olhos dos governantes.
Meus parabéns!