Fenda
Abriu-se uma fenda na terra ressequida
Esquecida, devastada por mãos insanas
No afã de encontrar o eldorado na lida
Que não dá trégua nessas ações levianas.
Desce no seio da fenda sombria um fio
D’água límpida que contrasta com a terra
Afogueada da paisagem num desafio
Que faz renascer a paz, em tempo de guerra.
Contemplo essa imagem e a comparo
Com a fenda aberta no meu coração
Que vive sufocado em dor e desamparo
Mas que nas suas corredeiras há uma canção.
Ressuscito a esperança, creio que virá um dia
Sensatez e boa vontade para mudar o que fere
A vida humana e seus biomas na bela melodia
Que será cantada por quem não a oblitere.
Mena Azevedo
Comentários
Obrigada, Márcia! Bjs.
Um poema avassalador. Cada ação tem uma reação
Obrigada, Ricardo! Bjs.
Obrigada, querido Sam! Boa tarde!
Obrigada Poetisa Mena Azevedo, por este alerta de como a natureza está perdendo para a ganância do homem. Meus parabéns. Abraços.
Renovo-lhe os cumprimentos entusiásticos.
Obrigada, querida Edith! Bjs.
Mais uma releitura e mais aplausos! Obra prima! Bjs