Fenda

Fenda

 

Abriu-se uma fenda na terra ressequida

Esquecida, devastada por mãos insanas

No afã de encontrar o eldorado na lida

Que não dá trégua nessas ações levianas.

 

Desce no seio da fenda sombria um fio

D’água límpida que contrasta com a terra

Afogueada da paisagem num desafio

Que faz renascer a paz, em tempo de guerra.

 

Contemplo essa imagem e a comparo

Com a fenda aberta no meu coração

Que vive sufocado em dor e desamparo

Mas que nas suas corredeiras há uma canção.

 

Ressuscito a esperança, creio que virá um dia

Sensatez e boa vontade para mudar o que fere

A vida humana e seus biomas na bela melodia

Que será cantada por quem não a oblitere.

 

Mena Azevedo

 

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Mena Azevedo

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