LIQUEFAÇÃO

Seu corpo liquefeito no mar de minhas imagens
escorria entre meus dedos ávidos por solidez.
Seu sorriso-deboche zombava de meus desejos
azulados pelas corredeiras quentes e luxuriantes,
como ternuras oferecidas pelo inusitado estado.
Bom sentir-me inundado por sua substância.

Tentei beija-la e quase me afoguei.
Bebi seus lábios e parte de sua língua.
Descendo a medula o friozinho do prazer
fervia o tesão nas ondulações das nádegas,
enrijecendo o pênis que buscava ávido a penetração
profunda e liquidada.

Mesmo submersos, meus pelos eriçavam,
endureciam e, rígidos, resistiam as torrentes...

Seus olhos azuis - redemoinhos profundos -
brilhavam um esplendor de corais magníficos.
Calafrios marejavam minhas pernas
boiando no vazio pleno.

Envolto em suor acordei em terra firme.

                                                                 Paolo Lim

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