Recolham as suas panelas
Que o samba voltou pro terreiro
Fechem também as janelas
Quem não gosta de um pandeiro
E depois, panela foi feita
Pra matar a fome do povo
Se não, use a frigideira
Já que ninguém mais come ovo
Saímos do mapa da fome
Miséria, adeus, nunca mais!
Agora a gente bebe e come
E vai poder dormir em paz
E sonhar, sonhar minha gente
Com tudo que podemos ser
Sem medo de seguir em frente
Se não há mais nada a temer
Temer a volta do medo
Temer o silêncio da fala
Temer a dor do degredo
Temer o estampido da bala
Recolham as suas panelas
Que o samba voltou pro terreiro
Fechem bem suas janelas
Que hoje bato meu pandeiro
Eu hoje bato meu pandeiro
Pra você de pouca memória
Que fez do meu quintal seu terreiro
Ungido a cachaça e caçarola
E já que não há nada a temer
Nada que possa assustar
Então eu irei pra janela pra ver
A banda outra vez passar.
(Petronio)
Comentários
Parabéns, poeta, poema lindo, maravilhoso, adorei. Abraços, paz e Luz!!!
Uauuuu! Se Temer te ler cara, vai pedir que te incluam no depoimento de delação premiada de alguém.
Excelente!
Destacado!
Simplesmente encantador, o samba é maravilhoso, lindo