O féretro do tempo

Ausenta-se em fuga o féretro
do tempo…todo o tempo
No breu da noite roendo, roendo
A solidão espectro da meditação
Desfilando neste abissal silêncio
Onde soçobra a tristeza estampada na recitação
De um verso ausente…distante consumido na
Hora insípida, desidratada em lamentação…

E assim destilo meus pensamentos algemados
Ao cativeiro do tempo
Sólido presídio onde ancorei
As memórias e o cio de cada desejo abismado
Vicejando entre saudades e sonhos agora exorcizados

As ausências depressa se esquecem
Assim que a solidão rompa o invólucro das tristezas
O esquecimento percorra as avenidas das desarmonias
E sepulte de vez este inquisidor tempo ruindo
Solidário e sem subtilezas

Põe-se agora a noite agreste em sintonia
Com o monopólio das minhas póstumas exéquias
Alicerce do lajedo nesta existência perene onde reconcilio
A vida refluindo qual voyeur escutando os olhares inquietos
Enfrascados ao pensamento grisalho abalroando as alegrias
Desertando na paisagem imune vagueando sem mais afectos

Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • Excelente belíssimo ameiiiii aplausos
  • Parabéns com incentivo que prossiga com essa inspiração que tem no coração.

     

  • Divino momento de inspiração, Frederico, tens nos brindado com o melhor de tua lavra.

    Parabéns!

    Destacado!

  • 3668832?profile=original

    • Grato Maria

      Votos de um dia em paz

      FC

  • 3668741?profile=original

    • Obrigado Marso pelo comentário tão gentil

      Abraços

      FC

  • Frederico, você sempre surpreendendo.

    Sou tua fã confessa!!! Teus escritos são de uma maestria ímpar!!!

    Obrigada por compartilhar e nos deleitar com tamanha beleza!!

    3668568?profile=RESIZE_480x480

    • Eu é que agradeço sua linda mensagem

      Bem haja

      FC

  • Parabéns, poeta amigo, poema lindo, primoroso, versos feitos com maestria, você é um poeta excepcional, é uma honra dividir o espaço desta casa contigo... Abraços, paz e Luz!!!

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