O tédio do silêncio

 

Os olhos olhando-te

repousam serenos

na consolada alma que

me tinge os poros de coloridos

cantos perfumados com tua graça

esbelta,desafogada

em que revivo cada instante perene

que corre em tua peugada




– O mar esmaga-me nas ondas

continuas que flamejam de emoção

A vida em fuga

tornou-se um tédio

em silêncios subjugados


- O sonho

a concepção eterna, genuína

que germina, puríssima

almeja toda aquela

alegria que viceja impassível

às portas desta Via-Láctea

formosa e tão empolgada

onde pela luz suave

que nos alberga a vida

te deixo uma polegada de tempo

fecundando a luz

perspícua

nesta quimeoterapia morrendo

 no poente onde convalescemos

depois tão estonteantes




– As saudades, essas

vão morrendo assim

cada uma a seu tempo

esboroando nos ventos o mesmo

frescor de vida deliberada

entre nossos céus barricados

na esperança que morre lenta

inesperadamente assim sugada

 

– Irei depois retractar-te 

alagada em lágrimas

que me ofertaste 

num cálice dissimulado de ternura

até romper a aurora

levedando-te feliz

e com estas palavras de amor

que se perfilam no leito desta poesia

onde nada mais sobeja

que não o tédio do silêncio

habilmente escondido, sossegado

num punhado de ecos consumindo-nos

heróicos,

latindo, carentes, iminentes 

num tempo que foge pasmo

enfermo e sem qualquer prognóstico


Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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