Sigo pouco contragosto as marés
Observo pelo buraco do muro
Este olho infalível da filosofia e noto
Aquelas senhoras que passam reto
Às vezes, altas e altivas, respingando
Ares de onda do momento, aguento
Por outros dias, elas são crianças
Marulhando a estrada em ululantes
E inocentes verdejar de vida
As marés têm dias navegam num pesar
Em maneiras de preguiça sem pressa
Cansam as pernas e dão caibras no coração
...ver o seu gotejar tranquilo
Algumas marés vão ligeiras, primitivas
Sendo jamais as derradeiras
Vão embocar no oceano do viver
Fantasiadas de donzelas e moços
Que pipocam de vontade de pertencer
Alguns sei que se afogam em salmouras
De uma sofreguidão típica dos ligeiros
As marés, gente, às vezes se ressentem
Álgidos esgotamentos trazem de volta
O que foi de alguma forma levado
Fartos engarrafamentos ribombam
Em um degelar de sentimentos
Sofrem os que se apegam as marés
E nelas se movimentam...
Jennifer Melânia
Comentários
Poema que esta um luxo, avassalador. As palavras se compeltam
Obrigada, amigo JC. Que bom que você veio. Abraços.
Márcia, amei as rosas vermelhas, obrigada. Bjim no coração.
Que show, Marso! Dez pra vc. Bjs
Que primor de poema! Versos que prendem a atenção pela
musicalidade e perfeição. Linda inspiração. Bjs.
Mena querida, obrigada! Você é uma flor.