Que reste t'il de nos amour

O que resta desse amor correu
Prá beira do mar e ali estendeu a passarela
Do silêncio a apaziguar para nos ventos andantes
Todos os abraços apadrinhar

O que resta desse amor
Foi uma viagem sem ida nem volta
Abandono total numa ilusão de abraços perenes
Dimensão tridimensional do amor em comunhão
Imersão do tempo amarrotando os socalcos das
Saudades clonadas deixadas afundar no
Galeão das tristezas profanas reclusas

O que resta dessa amor
Perdeu-se no momento… naquele preciso momento
Onde a suave expressão do silêncio prolongou seu
Eco aviltado brincando entre os dedos da paixão
Engarrotada em gomos de solidão

O que resta desse amor
Deixou a guarida da vida mais só…desnuda
Estirada entre os lençóis dos desejos exaltados
Sintonia de todas as harmonias e beijos acossados

O que resta desse amor
Pernoitará sempre no brilho dos teus olhos
Cegueira minha que busca uma luz adiada
Rastejando entre o inacabável sonho que decora
A epifania de uma oração quase enlutada e a
Fronteira das recordações coagidas e tão excitadas

O que resta desse amor
Foi ilusório e cinegráfico, utópico e lesto
Ignição instantânea do amor despertando o pacífico
Espasmo do tempo sibilando fascinado e vívido

O que resta desse amor
Foi trama final no corrupio de palavras e gestos
Aportando o estimulante dia feito cenário de
Todas as revoluções e protestos
Foi decapitação da escuridão medrando no
Incesto momento em que fiz este manifesto

O que resta desse amor
Nem me é molesto dizer deixou-me na penúria
À revelia de uma saudade penosa e arguta
Fez-se prostrada e sofrida, prostituta
Anseio de um querer que padece entre os ramos
Da solidão pendurada…em fúria

O que resta desse amor
Saiu correndo pelos safaris das minhas ilusões
Fez um plágio de versos sem pudor
Amanheceu viciado de desejos retratados com rigor
Ficou no anonimato do tempo deixando no currículo
Da vida um poema maquilhado de esplendor

O que resta desse amor
Deixei nas autóctones distancias do tempo
Posando teu ser no turístico momento onde
Navego, navego incutido num vento de feição
Elástico e tão místico

O que resta desse amor
Ficou cristalizado no magma das saudades
Embrulhadas em papel florido de mil ilusões
Arrumado no compartimento onde vegetam enfáticos
Todos os meus sonhos privados e lunáticos

O que resta desse amor
Foi aroma volátil…um absoluto silêncio
Arrancado a ferros no divã da solidão
Um apático adeus agrafado aos gemidos
Apoteóticos…aritméticos... em reclusão

Frederico de Castro

Votos 0
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Frederico de Castro

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • 3673988?profile=original

  • 3673025?profile=RESIZE_1024x1024

  • Parabéns, poeta amigo, passei para deleitar-me na beleza de seus versos magistrais, você é um mestre do versejar. Meus sinceros aplausos. Abraços, paz e Luz!!!

  • Que luxo é teu poema, Frederico.

    Parabéns e Destacado!

This reply was deleted.
CPP