Voz do mar. Da cachoeira em fúria.
O comerciante de água benta na cúria.
Dedos esguios dos bambus clamam
no solar ruído que os ventos cantam,
moldando a terra sob chuva que despenca
jorros d'água sobre a pobre e tenra avenca.
Desdenhar o mundo não é nada fácil -
É como um cego em seu mundo tátil. -,
em tudo a natureza enxerida se mete
e faz a parte que lhe compete :
- O bem e o mal que se repetem
no vagar eterno das ruínas.
Tudo é viagem, cumprimento de sinas,
imbecis gargalhadas da multidão de iguais
em meio putas que a satisfaz.
E a vida é tão pouca. Choca em meus dentes
arranhando, salivando repentes,
roendo noites, autorizando açoites
num feroz combate. Fecha a porta e bate,
encara o vento, fura o agora,
modifica humores, rumina, joga fora.
Alheio ao mundo, vivendo ao léu,
na beira da estrada, exposto ao céu,
segue o cão sem roupas ou malas,
sem sonhos de atravessa-la.
Será exemplo ? Tem história ?
Será que sofre pela vida simplória ?
Ah... Essas questões !
Paolo Lim
Comentários
São de um lá que se faz os atos, fatos que se traduzem em um elo que caminha pelo tempo onde o silêncio sussurra para com o tempo.
José Carlos ribeiro
JoséCarlos Ribeiro : Muito obrigado pela presença e comentário. É uma honra ! Abraços do Paolo.
Essas questões que só o poeta pensa, imagina e, traduz em poesia. Maravilhoso! bjs
Marsoalex: Você sabe melhor do que eu, como estas coisas acontecem. Muito obrigado pela presença, mais uma vez. Bjs do Paolo.