Sem adiamentos...

De tanto adiar

cada letra refugiada em mim

despoletei uma repentina

onda de versos faustos

tragando toda a faminta

noite que se esgueira

madrugando extinta


De tanto reviver apressado

desencontrei-me em cada resposta

adiada

algemei-me só em tuas carícias

onde me liberto despindo cada eco

que a noite engole e requinta


De tanto adiar

as tuas estações frutíferas

colhi nesta sementeira propícia

todas aquelas canções

trovando a doçura de uma salmo

escondido em tuas sombras inebriadas

galgando as escuridões onde

me embebedo em boémias

vindimadas com cachos de loucura

em autêntica disritmia


De tanto adiar

o dia, até perdi teu

entardecer

deixei o sol morrer

ali pertinho

do poente onde nossos

beijos

tardando também morriam

como a luz que se esvai no

silêncio brisado

sedento de palavras de amor

que pra nós

em maresias confidentes corriam


Não sei se tenho

mais que adiar o amor

soprando-o no teu ser

apetecer-lhe todo tua

integridade delicada

redundar

versando cada desejo

na eternidade do tempo

que faminto alegrias por ti

invento desperto e cortejo


Frederico de Castro

 

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Frederico de Castro

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Comentários

  • Que emocionante e que belo poema. Minhas reverências Frederico.

  • Apaixonadamente lindo, Frederico! Bjs

  • 3594945?profile=original

  • Menino... Sim, menino -acho que é mais jovem que eu- 

    En español : ¡Me quito el sombrero!

    Em portugués:  Tiro o meu chapeu!

    En francés : Chapeâu!

    En italiano:  ¡Mi tolgo il cappello!

    Sem mais.

     Magnífico, Frederico!

    Espectacular, sério.

     É demais.

     Bravo

     3594961?profile=original

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