Passa o mar dentro d'alma
Exaurida e machucada das andanças
A sudorese abre poros latejantes
Tenho na garganta um aperto
Nem respiro com receio de sumir
Não cabe nesta coisa chamada consciência
Este amargo fel dos meus dias feridos
Tentei fugir: corri, cai, levantei
Esfolei a alma na teimosa persistência
E veja só a minha sina: morri de morte
Vencida, e o destino zomba de mim
Agora não mais carrego cores
Minha íris tingiu-se de breu fundo
Profundo no branco da amnésia
e neste vazio precisei sair de mim
Agora me vejo espalhado feito lesma
Gosmenta e rastejante não consigo
Nem mesmo fingir que rastejo
Porque a mentira toda me torceu
E hoje no avesso encontro verrugas
Lombos e deformações animalescas
Feiura que se escondia por debaixo de Carrara
era lisa e transparente
Era imagem sugerida e aceita, amei
Sim amei!! O feio desta vida...bela
E eu estive sempre ali cega e feliz
Comentários
Estimada poetisa estou navegando por suas páginas.
Tenho que voltar com mais tempo, para me banhar no mar das suas ilhas.
MARAVILHOSA INSPIRAÇÃO...
NOSSOS APLAUSOS!!!
GADS
Oi Jennifer. Gostei muito do teu poema, realmente escreves com uma pena forte, com profundidade de quem conhece as dores e alegrias da vida e também as nuances da alma humana... Por favor, aceite os meus humildes aplausos pela bela obra poética. Beijos, Marcos.
Agradeço de coração, abraço, amigo Marcos.
Impresionante.
Bom demais, querida Jennifer.
Parabéns!
Beijos