VIAJAVA SÓ

Andou sem paixões e viveu com fome...
Viajava só e nu...
Nunca voltava...
Não conhecia regressos
Quando entendeu as distâncias temeu...tremeu...
Mas nunca chorou!
E de que vale a lagrima?
De que adianta a espera?
Quem vem la? Grita seu medo em meio a bruma...
Na folhagem rasteira nenhuma resposta
Entendeu que não podia esperar
Um golpe entre golpes...
Apenas isto...
Terá ele em seu mais antigo e secreto anseio temido a vida?
Terá deixado pra trás algum legado?
Nunca chorou...nem mesmo em meio as trevas...
Nunca esperou...nem mesmo em meio ao medo...
Sussurrou no sul coisas ao vento...
Libertou histórias pra caírem em ouvidos alheios...
Deu origem a lendas...
Nunca assumiu os contos...
Nunca assumiu ...
Viajava só e nu...
E pensava que ia mais longe...
Encontrou o grande rio numa tarde chuvosa...
Imensidão inatingível...
Prostrou-se cansado em frente a própria cina...
Nunca voltava...
Nunca chorou...
Viajava só...
Calado diante do imponderável...
APRENDEU HUMILDADE.
RODRIGO CABRAL
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Comentários

  • 3669955?profile=original

  • 3669661?profile=original

  • Poema encantador. Adorei ler e sentir toda poesia.

    Destacado poema.

    Parabéns!

  • Rodrigo... confesso que me surpreendo com teu modo de escrever!!!

    Fala muitas das vezes de solidão, desgostos, traições, angústias...

    mas faz isso de uma maneira tão suave que viajo junto nos versos...

    Parabéns!!! Seu versar é um primor!!

    3669384?profile=original

    • Fico muito envaidecido Angélica de verdade...muito grato.

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