Anseio Noctívago

 

 Eu sou um ser desprezível, vil, abjeto

Desprezo toda vã, solicitude

Se possível, corrompo até virtude

Com vileza, faço cruel trajeto.

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Gosto do putrefato, do dejeto

Ele me acalma, dá-me plenitude

Cultuo a podridão, vicissitude

A desgraça, a ruína, é projeto.

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Eu gosto dos sepulcros memoriais

De vis párias, marginal antológio

Atrai-me ás sevícias dos seriais.

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Busco a noite, ambiente necrológio

Para mim boletins, imemoriais

Nas doze badaladas do relógio.

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10/01/2016

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ILARIO MOREIRA

 

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Respostas

  • 3652750?profile=original

    • Obrigado, poetisa, fico grato a ti, pela visita e comentário. Abraços, paz e Luz!!!

  • Poema gótico bem acentuado nos termos. Linda interpretação. Parabéns !

    • Obrigado, poetisa amiga, sua gentileza é fantástica. Abraços, paz e Luz!!!

  • Muita verdade e poesia nos versos. Parabéns. 

    • Obrigado, poeta, pela visita e comentário, abraços, paz e Luz!!!

  • ILARIO MOREIRA! Enfim é possível encontrar afinação, penetração e conteúdo com consistência.

     

    • Obrigado, pelas palavras, poeta amigo, é sempre uma honra receber um elogio desta magnitude, principalmente, de um expert como você nos "labirintos" da poética. Abraços, paz e Luz!!!

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