DESFIZ OS NÓS DA MINHA SOLIDÃO

 

Ontem passei o dia de pijama

Amarrada em minha cama

Sem vontade de dormir.

 

Num travesseiro de mágoas

Recostei minha cabeça

 Coberta de más  recordações.

 

Não deixei a janela aberta

Para que nem o sol entrasse

E o canto dos pássaros não me incomodasse.

 

Tranquei todas as portas

Desliguei o telefone, o computador e o celular

Fiquei a sós com a minha solidão querendo só chorar.

 

Não comi nem bebi água

Alimentei-me só de mágoas

A tristeza foi meu pão.

 

Quando a noite chegou,  me pegou ainda de pijama

Quase sem forças amarrada àquela cama

Ainda mais infeliz.

 

Tomei então a decisão

De você eu abro mão

 Mas não abro  mão de mim.

 

Foi você quem quis assim

E um a um eu desfiz os nós da solidão.

 

Hoje levantei-me bem cedo

Abri as janelas, as portas e o coração

Mandei mensagens para os amigos.

 

E aqui estamos, um desconhecido e eu

Tomando sol à beira mar

Eu olhando pra ele

Ele, para o seu celular.

 

Dolores Fender

28/12/2016

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Respostas

  • Originalíssimo poema. Lindo! Parabéns Dolores.

    Feliz 2017!

  • UAU UAU UAU...

    - Que Maravilha de Poesia, que falando per mi, me envolveu na leitura e

    no contexto como se coadjuvante desses momentos!!!

    Num travesseiro de mágoas

    Recostei minha cabeça

     Coberta de más  recordações.

    Nossos Aplausos para esta e para as demais que tens nos agraciado!

    gaDs

  • Dolores, que primor teus textos!!! Parabéns!!

  • Que beleza de poema, Dolores! Aplausos! bjs

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