Na gota d'água que evapora
Água que se esvai
No sol quente do sertão
Leva um pouco de vida
A cada vapor que sobe do chão
Em triste ironia cai
Do olhar do sobrevivente
Uma lágrima invente
No mesmo solo ardente
Gota d'água que evapora
A vida lhe implora
Fica!
Mas a própria vida que fica
Deve lutar por solução
Pois ela é a voz do sertão!
Até que todas as gotas que caem ou evaporem
Sejam resultado da luta, do orvalho
Na pele, na folha, no rosto
De alegria e gosto
Nunca mais de desgosto!
Danusa Almeida