Quando, enfim, te encontrei

 

Quando, enfim, te encontrei

 

Era inverno e eu tiritava enregelada

Estava ali deitada num duro banco

A estação estava cheia, superlotada

Pessoas desconhecidas em solavanco.

 

Maltratada, desiludida, abandonada

Deixei meu lar e caminhei pela rua

Perdi o norte, naveguei desesperada

Nos mares da solidão, com a alma nua.

 

E, assim, vivi dias entre estranhos e vadios

Passei fome, chorei e com Deus sobrevivi

Os dias gelados com alma e coração vazios

Queria apenas que meu amor chegasse ali.

 

Era madrugada! A estação estava deserta

Senti-me a última das criaturas e era sim

Quando na penumbra cinza vi uma silhueta

Encaminhar-se, de repente, em direção a mim.

 

Mena Azevedo

 

 

 

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