Vou contar carneirinhos para dormir

Vou contar carneirinhos para dormir

 

 

Sem casa.

Sem teto.

Sem nada.

Jogada à sorte.

Sem bens.

Moradora da rua sem nome

Ao lado da casa de ninguém.

De dia o prato de comida

Depende da bondade de alguém.

O banho e o curativo das feridas

Depende de outros também.

Emprego ninguém quer me dar

Da má aparência sou refém.

Vestida com roupas usadas

Sem tamanho

Sem cor

Sem ferro para passar bem.

Mas à noite no banco da praça

Vou esquecer toda a desgraça

Fazer uma oração

E depois

Vou contar carneirinhos para dormir

Vou voltar a ser criança e sorrir.

 

Dolores Fender

21/01/2017

 

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

As repostas estão encerradas para esta discussão.

Respostas

This reply was deleted.
CPP