CONTRATEMPPO
Conta-se a vida em esperas.
Para o encontro que é esmola
Vale um dia muitas eras,
Já o adeus vem na mesma hora.
Por um fino arroio, o tempo
Corre e, ao fim, chega à gangorra
De um monjolo fraudulento
- Foz para que tudo morra.
A estaca usa
Saiba mais…MOAGEM
Rua de terra vermelha
À frente da minha casa.
Poeira, ventos, redemoinhos
Avermelhando de paixão
As tardes de ouro e turquesa
Enriquecendo mais alta ambição.
Nos fundos, minha mãe lavava
Roupa no tanque de cimento.
Bordas quebradas, colcha inta
ORIGINAL
Poeira de estrela somos
E também poeira da terra.
Filhos do tempo que se espalha
E do chão que pisamos agora.
Só o instante colhido nos ampara
A letra que dirá a nossa história.
Tudo e nada somos. Muito velho
E muito moço é o corpo feito
Dess
TERNAMENTE
Queria ter um par de asas!
(Você não precisa delas,
já tem os seus pensamentos)
Queria ter os olhos de águia!
(Bastam os seus olhos pra ver
Tudo o que existe em você)
Queria a força dos tigres!
(Mais forte é o sentimento.
(Que vence toda d
4º ESTADO
Em fio,
A Palavra cai
Dos olhos
E corre em verso
Escrito para ser
Cristal, clara forma
Volátil e definitiva
De ver a vida.
Além do que não foi.
Fóssil do que não existiu,
A consciência tardia,
Carbono que arde fácil
Em palavra líquida
E estertoran
CORLEONEANDO*
(Chegou aquele convidado, e "esqueceram" aberto o gás do botijão.)
– Alguém, por favor, indique a cozinha ao caro colega que vai acender seu cigarro...
(E. Rofatto)
* referência a Dom Corleone, chefe mafioso no filme "O poderoso che
Saiba mais…ALBA D’AMOR SOÑADO
– Enquanto o dia non vem,
Pregunta-me, Senhora miña,
Sobre tôdalas aves que non chegarom
E eu as farei cantar a teu coraçom.
– Cóntame-me, Amigo meu,
Enquanto é noite aínda,
Que cantares ouve quem soña en silêncio
O amor tardio em
AMOR, SEXO COM O OLHAR
Água-viva a me queimar é rebento
De olhos acesos de linfa que escorre
Da fonte lasciva do pensamento:
Psique amando Eros, fechada na torre.
No chão do desejo, ideia é cimento
Na argamassa da forma que concorre
Para assentar na al
INSÔNIA
Cai o véu da noite
Sobre o dorso do dia
Que fecha seus olhos
E se aconchega à cova do tempo.
Asas de meditação e silêncio
Fecham-se sobre os telhados das casas.
Veludos de tons enlutados
Vestem as formas do austero arvoredo
Agora que estrelas são vel
MOTO-CONTÍNUO
Como os pratos de uma balança
Dispondo na sua exata medida
Os números da pressa e da tardança
No monjolo das horas, que é a vida,
Todo relógio sobe e desce a lança
Varando o presente; em contrapartida,
Há o breve devir, na célere dança
Que
CONQUISTA
Por que cada um tão só? Cede
Ao instinto de caldear nossos corpos rentes!
Desatados os nós, segue
Livre o desejo de fazer-te elanguescente.
Beija-me teu beijo leve
Como se o coração beijasse de repente.
Após teus seios, me entregue
Ao fun
Saiba mais…