Posts de Frederico de Castro (1260)

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Apenas...silêncio

Apenas…silêncio na noite obscena
Deglutindo toda a dopamina que se
Esgueira desta solidão tão serena

Apenas…silêncio no hálito de cada eco
Mais fraterno decompondo a luz maternal
Engolida por todas as saudades mais banais

Apenas…silêncio que soa agora a despedida
Deixando a serotonina das paixões estimular
Aquela memória vagueando versátil e dissimulada

Apenas…silêncio surfando as ondas e maresias
Que acostam a quilha dos meus silêncios enjaulados
Até que me emparelhe em ti pra sempre….assim capitulado

Apenas…silêncio em cada palavra vergada a
Esta solidão tão calculada, demais especulada
Transpondo os portões de uma ilusão assaz simulada

Apenas…silêncio e não existo mais senão nos meus
Versos mudos, castrados e vagabundos…oficio de tantas
Lágrimas chuleadas num mísero lamento quase moribundo

Frederico de Castro

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Induto silêncio

Mudam-se frenéticos os ventos desfolhando a cumeeira Desta destelhada solidão saudando em slow motion toda a subtil Aparição do silêncio triste anexo a este perscrutante verso palpitando Doloroso num clamor que ali persiste…e resiste tão pesaroso
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Lamentos intemporais

É fervorosa esta brisa erguendo nos ventos
Seu espampanante e caudaloso perfume deixando
No ar a ementa da suculenta solidão por excelência

Na viçosa planície da minha esperança rego o horizonte
Com azuis magistrais acariciando a luz aprazível que respinga
Do teu olhar opulento, conivente, despertando seduzível

Esvai-se a memória como um rio bravio aconchegando suas
Margens a jusante dos meus lamentos intemporais e vazios
Onde me quedo cada noite, neste entroncamento da vida…a ver navios

Imagino nas ternas madrugadas onde cada ilusão profana se acoita em
Mim a florescência do silêncio ébrio e tirano que imortalizo num verso
Dissimulado em cada odor vinculado num beijo que nesta rima explano

Trago no paladar todos os sabores mastigados num desejo diria
Excessivamente vertiginoso vasculhando o palato dos secretos
Queixumes mendigando um abraço completamente absurdo e fogoso

Frederico de Castro

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Tela da solidão

A madrugada já desesperada transborda pela escuridão
Adentro calando cada imarcescível gomo de luz escondido
Entre as vestes do tempo onde injecto nas veias toda solidão
Como um bálsamo regenerador e imperecível

Cortei o tempo em fatias e depositei-o entre as
Paisagens desta saudade encravada no atordoante e
Pulsátil sonho tão singelo e insinuante ladrilhando depois a
Calçada da noite com troantes silêncios sempre mais itinerantes

Encalhados na curva da solidão deixei meus sonhos tiritando
No degelo da madrugada mais cativante onde sem mais
Adjectivos me embebedo dos teus perfumes bem desconcertantes

Alimentei as cores de todos os crepúsculos para que a tela da vida
Se enfeite de festivos carinhos esgueirando-se pelos galantes e engalfinhados
Lamentos da noite onde purgo cada desejo…a dois tão bem compartilhados

Frederico de Castro

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Silêncios de mim

Entrou o silêncio em mim
Encravou-se nas prateleiras do tempo
Onde arrumo, palavras dóceis arquivadas
Na memória ávida balouçando cativa e avivada

Quando quero evoco outras lembranças adornando a
Oficina da minha poesia qual alimento desta mecânica solidão
Que trafega num mar de ilusões repentinas ressuscitando para
A vida enfeitada de doces alucinações tão genuínas

Mui precioso e confidente se tornou este silêncio pois
Nele me embrenho sempre mais reincidente emprestando
À airosa madrugada este verso que em ti se exila inapelavelmente

Caminho pelos labirínticos sons da noite que desabito
Abruptamente buscando a essência da esperança que
Assim depois caduca tão absurdamente

Frederico de Castro

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O breu da escuridão

Fui um eco avulso, sem indulto morando junto
Ao pecado reduzido a cinzas e pó…sepultado ao
Lado da solidão recheada de tenazes versos em reclusão

Fui silêncio em dia de festa engolindo cada lamento mudo
Tamborilando entre vigorosos fragmentos de um sisudo sorriso
Aconchegado à felpuda noite fenecendo sem mais constrangimentos

Fui escuridão nesta noite de um breu quase incalculável
Desabando em mim toda a luz malabarista e imolável
Argamassa dos meus versos perdidos numa hora lentamente maculável

Fui geometria da tua aritmética precisa e sistemática vasculhando
Cada semi-recta onde pernoitámos embrulhados num desejo incansável
Esquadria para tantos beijos multiplicados com um sabor quase inquestionável

Frederico de Castro

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Lágrimas camufladas

e porque choro com os que choram... Como se tornou apócrifo este silêncio O dia já mais não é que um montão de escuridões fechadas No invólucro do tempo que dormita encostado ao cacifo da vida Onde se despe o espólio de tanta solidão que por nó
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Degrau a degrau

Degrau a degrau sobe o silêncio até aos
Píncaros da solidão reflectida num inefável
Momento de tempo tão vulnerável

Precinto em mim o grito de tantos silêncios interiores
Alinhando ilusões inigualáveis e usurpadoras até colonizar
Cada palavra desafiadora, implacável…apaziguadora

Desta saudade que povoa a memória essencial, retenho
E retoco cada sonho insaciável bloqueando aqueles sussurros
Arrebatados onde pinto a gravidez da minha solidão inviolável

Flameja a madrugada espanejando a luz mortiça pulsando
Sempre mais imperscrutável deixando na alma a tatuagem
De muitos beijos revigorando este amor quase…quase indomável

Calou-se de vez a tristeza, reerguendo um aqueduto de esperança onde
Desaguam as paixões e as ressacas de tantos desejos intermináveis
Cerzindo a melancolia refugiada a dois passos deste silêncio diria…indubitável

Frederico de Castro

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CPP