Posts de Angélica (592)

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Genoveva e Clementino

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Genoveva e Clementino

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- Clementinuuuuuuuuuuu, meu véio!! Ondi qui tu táaaaaaaaaaaa!? Gritava Genoveva a procura do marido que sumiu no meio da noite. Saiu correndo da cama, sem eira nem beira.

Clementino estava na “toalete”. Uma casinha, lá no meio do mato, onde havia uma fossa bem funda, coberta por uma tábua com um buraco bem no meio por onde faziam suas necessidades. Estava todo concentrado lendo uma folha de jornal que depois serviria para limpar o bumbum.

De repente, cai com o bumbum no buraco quando a portinhola se abre e a cabeça de Genoveva aparece pelo vão.

- Vixi Maria muiéeeeeeee!! Qui qui cê tá fazendu aí? Quasi qui mi mélo todu!!! Grita Clementino, com o bumbum preso no buraco, o coração aos pulos pelo susto.

- Uai! Vim vê ondi tu tava! Cê saiu correndu da cama sô! Inté parecia qui viu assumbração!!!

- Tu tá doida sô!! Só vim na casinha pra mode fazê as necessidadis!! Vixi, nem podi mais cagá im paiz que a muié veim atrais. Arría! Dexa eu queto aqui qui agora vô tê qui começa o rituar tudu dinovo!  Fala Clementino, expulsando Genoveva da casinha, tentando se soltar do buraco.

- Rituar!! Era só o qui fartava!! Pra que rituar? É só sentá e cagá ora pois! Cada coisa qui mi apareci!! Saiu Genoveva falando com seus botões.

 

Maria Angélica de Oliveira

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“Frô” do maracujá

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“Frô” do maracujá

Fui "apresentada" a Catulo da Paixão Cearense através de uma pessoa extraordinária e sou tão encantada com ele que abaixo conto novamente a vocês como isso aconteceu:

Todos os dias tenho surpresas maravilhosas. Trabalhava com duas vozinhas que são duas figuras ímpares. Maria tem 86 anos e Conceição 90 anos.

Maria passa o dia a cantar a mesma musiquinha como se fosse a primeira vez. Adora declamar um poema; deste que vos falo agora.

Sabe aquelas palavras chicletes, que grudam e não saem de forma alguma de sua mente?

Pois é!!! Assim é Maria com sua “Frô” do maracujá!!!

Sem mais nem menos, no meio da conversa, no banho, andando na rua... quando menos se espera lá vem Maria a declamar sua “Frô” do maracujá.

E tem um detalhe, ela tem Mal de Alzheimer e sua declamação é perfeita em todas as suas nuances e entonações.

Tantas vezes fez Maria que decidi gravar e aqui transcrever para vocês a grata surpresa destes belíssimos versos, que descobri ser de um grande poeta chamado Catulo da Paixão Cearense.

 

A Flor do Maracujá

 

Encontrando-me com um sertanejo,

Perto de um pé de maracujá,

Eu lhe perguntei:

Diga-me caro sertanejo,

Porque razão nasce branca e roxa,

A flor do maracujá?

 

Ah, pois então eu lhi conto,

A estória que ouvi contá,

A razão pro que nasci branca i roxa,

A frô do maracujá.

Maracujá já foi branco,

Eu posso inté lhe ajurá,

Mais branco qui caridadi,

Mais brando do que o luá.

 

Quando a frô brotava nele,

Lá pros cunfim do sertão,

Maracujá parecia,

Um ninho de argodão.

Mais um dia, há muito tempo,

Num meis que inté num mi alembro,

Si foi maio, si foi junho,

Si foi janeiro ou dezembro.

 

Nosso sinhô Jesus Cristo,

Foi condenado a morrê,

Numa cruis crucificado,

Longe daqui como o quê,

Pregaro cristo a martelo,

E ao vê tamanha crueza,

A natureza inteirinha,

Pois-se a chorá di tristeza.

 

Chorava us campu,

As foia, as ribeira,

Sabiá tamém chorava,

Nos gaio a laranjera,

E havia junto da cruis,
Um pé de maracujá,
Carregadinho de frô,
Aos pé de nosso sinhô. 

I o sangue de Jesus Cristo,
Sangui pisado de dô,
Nus pé du maracujá,
Tingia todas as frô,
Eis aqui seu moço,
A estória que eu vi contá,
A razão proque nasce branca i roxa,
A frô do maracujá

(Catulo da Paixão Cearense)

Maria Angélica de Oliveira

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Doce Entardecer - Tautoacróstico

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Doce entardecer – TautoAcróstico

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D ocemente descortinam-se desejos delirantes

O scilantes ósculos ocultam ondas ofegantes

C onduzindo com candura cada carinho

E mbebido em explícito êxtase exótico

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E xternando ensejos, exibindo efusiva excitação

N aufragam-se nostálgicos na noite nascente

T oques ternos transformam-se, tempestivamente

A nsiando auspicioso a audaz amante.

R esoluto, reinvidica recorrente regozijo

D eleita-se diante da dadivosa dama

E merge, encantado em enlevo excêntrico.

C orteja, criando cenas, consumando colóquios

E nebriados, esvaem-se em exequível êxtase

R esquícios radiantes ressurgem renovando realidades.

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Maria Angélica de Oliveira – 11/11/17

Desafio Nina Costa

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Com as estrelas - Indriso

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Com as estrelas
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Um dia, tomei as estrelas por companheiras
Da saudade angustiante que minava minhas forças
E ficava a deixar minha alma enferma, moribunda.
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A vagar, sozinha em noites iluminadas eu sofria.
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Ainda hoje, no brilho das estrelas te vejo
Mas já não há sentimento, nem saudade, nem dor
Somente o vazio a preencher o coração quebrantado.
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Com as estrelas aprendi a ter brilho próprio, sem teu amor.
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Maria Angélica de Oliveira 

Indriso sobre mote: " No brilho das estrelas te vejo" - Marcia Mancebo 

Arte: Safira Saldanha

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Partida

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Imagem: https://br.pinterest.com/pin/1970393567027891/

Partida

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Dia triste

Chuva fina

                                 Alegria morta                                

Saudade sufoca

Amargura no peito

Luto na alma

Terra molhada

Face úmida

Lagrimas que caem

Vento bucólico

Melancolia fúnebre

Pessoas de negro

Caminhar lento

Caixão adornado

Flores que lamentam

Ida sem volta

Estrada sem retorno

Tristeza sem fim

Coração vazio

Dor que corrói

Lamento incrustado

Solidão abismal

Lápide fria

Teu nome gravado

Eu... você...

Sem vida... sem cor...

Sofrimento eterno

Desejo a morte

Sepulcro fundo

Terra que cobre

O corpo amado

Dor que dilacera

Partida sem volta

Adeus prematuro

Não mais existo

Não sou

Maria Angélica de Oliveira

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Castelo de areia

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Castelo de areia

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Eu deixo, na areia, minha marca do amor insano.

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Sonhos deveras construídos sobre alicerces frágeis.

Devaneios de vidas afoitas, inertes em seus sentimentos.

Vagueiam, desatinados pelo caminho ermo da solidão.

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Desapercebidos em suas paixões, em desejos descabidos,

sua sina se cumpre na palma da mão que acaricia seu

castelo de sonhos pueris, indolente e insensível.

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Eis que o tempo urde... segue seu destino inóspito.

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Maria Angélica de Oliveira 

Arte: Safira Saldanha

 

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No cadafalso da loucura (Indriso)

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Fonte: Imagem de Stefan Keller por Pixabay

No cadafalso da loucura
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No cadafalso da loucura, transito cambaleante,
apalpando caminhos lodosos, imersos na podridão,
labirintos lúgubres de uma mente aturdida pela dor.
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Mãos me circundam , luzes brancas tentam em vão alcançar-me.
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Na escuridão ouço meu nome num eco distante, insistente.
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Num lampejo de sanidade, sorrio e reconheço a voz amada.
Em desespero, busco a serenidade agarrada a ínfima lucidez.
Num resgate da morte, foi meditando em você que encontrei a razão.
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Maria Angélica de Oliveira 
Mote Márcia: " Foi meditando que encontrei a razão "

 

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Triste desabafo

Sabe, é muito triste se dedicar a um projeto, colocar carinho e amor por que a CPP merece e ver que as pessoas não tem comprometimento com aquilo que se porpoem a fazer.

Infelizmente o FELICPP foi cancelado pois, como está bem claro no Edital, seriam Saraus com autores que se inscreveram por livre e espontânea vontade, escolheram o dia e hora. E na última hora não comparecem ou dizem que já tem outro compromisso. Não tem como acontecer sem as pessoas.

Agradeço aos outros que tinham se inscrito. Em outra oportunidade ou Festival, quem sabe nos encontremos. Peço desculpas pelos transtornos causados.

E para que fique bem claro aqui, não gosto de conversa fiada. Quanto ao grupo do whatsApp eu tirei todos que lá estavam depois de colocar essa mesma justificativa e desfiz o grupo, já que não há mais necessidade dele.

Continuemos com a Coletânea e que esse episódio não venha a tirar o brilho da festa de aniversário desta Casa que tanto tem nos dado.

 

 

Até mais

Angélica

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SETEMBRO AMARELO 2023 - MÊS DE PREVENÇÃO AO SUÍCIDIO

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Setembro Amarelo® 2023: se precisar, peça ajuda!


Todos nós devemos atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, tema que ainda é visto como tabu. É importante falar sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha.

Quando uma pessoa decide terminar com a sua vida, os seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos, ou seja, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Essas pessoas pensam rigidamente pela distorção que o sofrimento emocional impõe.

Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está pensando em se matar e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente.

Esta é uma página completa com material disponível para auxiliar a todos. Assim sendo, aproveite os nossos materiais e participe da nossa campanha durante todo o ano.

​São diversos materiais de uso público: Diretrizes para a Divulgação e Participação da Campanha Setembro Amarelo®, materiais online para download, a Cartilha Suicídio Informando para Prevenir e todo o material para a imprensa.

Participe conosco, divulgue a campanha entre os seus amigos e nos ajude a salvar vidas!

Fonte: https://www.setembroamarelo.com/

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Lembranças

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Lembranças

 

Hoje, o que me resta neste vale onde me encontro,

são as lembranças doces de uma época de risos e floreios.

Divago. Meus pensamentos alçam vôo, viajam deveras.

Vão buscar-te além dos montes, na esperança ínfima de encontra-te

e que estejas a me esperar, a me amar tanto quanto antes,

quando éramos crianças a brincar sem medos,

correndo livres por este vale tão verde quanto eram nossas esperanças.

Esperanças que construímos para o futuro. Nosso futuro.

Hoje, não vejo mais seu sorriso a me provocar.

Não ouço mais o som melodioso de sua voz à me chamar.

Não sinto mais o calor de seu corpo, suas risadas leves ao acariciar-te.

O que resta é a imensidão desse vazio sem fim. À perder de vista.

E ali, junto à nossa casa, que sonhamos e construímos felizes,

jaz, no pequeno cemitério ladeado de flores, seu corpo meigo inerte.

Na sua lápide, de puro marfim, escrito em letras floreadas,

Seu último desejo que em meus lábios disseste, antes de despedir-te:

“ Aqui, neste vale amado, onde conheci o amor, amei e fui mui amada.

   Jaz meu pequeno corpo, mas minha alma?  Ah! Minh’alma!

   Aprisionada nunca será! Está a brincar, a sorrir, a te esperar.

   Na certeza de que, quando vieres me encontrar, a felicidade

   Completar-se-á. E o amor? Ah! O amor! Renascerá! Eterno será!”

 

Maria Angélica de Oliveira 

Imagem Poesia

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Acordes do coração

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Arte: Marsoalex

Acordes do coração

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Os ACORDES se espalham pelo salão, melodiosos.

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Aos poucos, a FRAGRÂNCIA da dama invade os sentidos

Deixando hipnotizados os convidados do banquete

Que aguardam, com ansiedade, seus volteios, seu bailar.

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Os MOVIMENTOS são lentos, como que a provocar a libido.

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A dama não sente os olhares, não percebe os desejos

Guarda em seu coração um SEGREDO, doce enlevo

Um amor prometido, um deleite no peito acalantado.

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Maria Angélica de Oliveira 

Desafio Poético: Movimentos, Acordes, Fragrância, Segredo

 

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A luz e a cor

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A luz e a cor

 

A cor chamou à luz,·

Para clarear a escuridão

A luz, chamou o sol,

Veio o sol  em esplendor

O sol, cheio de luz,

Iluminou ao redor, veloz

Brilhou reluzindo a cor.

Levou embora a dor

E luz e sol e cor

Resgatou a alma aflita

Deram sentido a vida,

Trouxe de volta a esperança

Deram sentido ao amor.

Renasceu em formosa flor..

 

O sol não existe sem luz

O sol a tudo reluz

A luz não existe sem cor

A luz é só esplendor

A vida não existe sem sol...

A vida é um jardim em flor...

 

A luz pulsa,

A luz aconchega

A cor pulsa

A cor orienta

O sol pulsa

O sol acalenta

Tudo é um pulsar de amor.

Tudo é esperança em luz, sol e cor.

 

Marsoalex - 22/02/1992

Maria Angélica de Oliveira - 22/05/16

 

 

A luz e a cor

 

A cor chamou à luz,·

A luz, chamou o sol,

O sol, cheio de luz,

Brilhou reluzindo a cor.

E luz e sol e cor

Deram sentido a vida,

Deram sentido ao amor.

 

O sol não existe sem luz

A luz não existe sem cor

A vida não existe sem sol...

 

A luz pulsa,

A cor pulsa

O sol pulsa

Tudo é um pulsar de amor.

 

Marsoalex - 22/02/1992

 

 

Renascer

 

Para clarear a escuridão

Veio o sol em esplendor

Iluminou ao redor, veloz

Levou embora a dor...

Resgatou  a alma aflita

Trouxe de volta a esperança

Renasceu em formosa flor..

 

O sol a tudo reluz

A luz é só esplendor

A vida é um jardim em flor...

 

A luz aconchega

A cor orienta

O sol acalenta

Tudo é esperança em luz, sol e cor.

 

Maria Angélica de Oliveira - 22/05/16

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Bálsamo

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Bálsamo

Quero em teus braços ficar eternamente!

E viver este sonho lindo de amor tão belo,

que me alucina, me tira o tino, me deixa sem noção...

Só tenho o querer... o querer-te bem e comigo,

seguindo por este caminhos ermos... sem destino...

Caminhando juntos, lado a lado, sem medo do que vier,

com a esperança renovada de um coração amado...

Sim... um coração ferido que encontrou sua alma gêmea...

Bálsamo que alivia todos os sofrimentos vividos...

Faz cicatrizar as feridas abertas por tantos lamentos...

E visualizar, ao longe, duas almas inaltecidas de amor!!!

 

M.A.Oliver

Poema sem fim

Arte: Marsoalex

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Abandono

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Abandono

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Oh, luar! Testemunha de meu infortúnio

Das juras falsas, dos enganos vis

Que leva meu amor rumo ao cadafalso.

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Missiva de amargura que enterra minhas ilusões

Acompanhas a fina flor da paixão tal adaga em meu coração

Que desesperado busca em vão, uma explicação.

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Cruel abandono a quebrantar minha alma ferida.

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Lua, levas contigo meu sopro de vida.

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Maria Angélica de Oliveira - 07/02/18

Arte: Marsoalex

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Anoitecer

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Anoitecer

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Quão lindo o entardecer se mostra aos amantes

Quando a noite se curva sobre a tarde

E os olhos se encontram, dispensam palavras

Um toque, um carinho, um encontro de corpos

Bailam livres numa dança sensual e quente

Nada importa, o tempo fica a apreciar a cena

Testemunha fugaz dos desejos incontidos

Odores que se misturam, suores que inebriam

O sangue pulsante a esperar o momento do ápice

Gemidos incontroláveis laureiam o êxtase alcançado.

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Maria Angélica de Oliveira - 24/07/17

Oficina Versos Livres III/CPP: " Quando a noite se curva sobre a tarde"

Arte: Safira Saldanha

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Transmutação

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Arte: Safira Saldanha

 Transmutação

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Diante dos olhares perplexos a cena se descortina em METAFÍSICO desfecho.

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Tudo se transmuta, o véu se rasga, o sentimento torna-se COGNOSCÍVEL.

Nada mais permanecerá na imutável certeza do viver

Que antes era sofrível, alma que beirava a demência por enganos.

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A plenitude do amor transborda pelos beijos há muito desejados

Diante da CONFIDÊNCIA das almas amantes, à espera do outro

Anseios apaixonados e acalentados no imo do ser, crescente.

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A dor se esvai, os sonhos se engrandecem, vencem a FINITUDE da morte.

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Maria Angélica de Oliveira – 17/10/18

Desafio Poético

 

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No profundo azul do mar - Galope à beira-mar

12129013860?profile=RESIZE_584xImagem: https://br.pinterest.com/pin/976366394189371669/

No profundo azul do mar
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A) A caminhar pela orla, passos crus
B) As mãos num toque leve, suave
B) Ao ouvir as gaivotas, a saudade
A) Se achega de manso, leva a luz
A) Resta a escuridão dos olhos nus.
C) Do profundo azul, a acalentar 
C) Que inebria as almas, ao amar
D) As palavras descrevem sutilezas
D) que desvenda ao cego, as belezas
C) Ao cantar o galope a beira mar.

Maria Angélica de Oliveira 

Mote Nieves: "Descrevo o mar para um cego" 

 

Galope à beira-mar

galope à beira-mar foi criado pelo repentista cearense José Pretinho. Conta-se que ele, após perder um duelo em martelo agalopado, foi retirar-se à beira-mar, e ali, vendo e ouvindo o marulho, imaginou o som de um galope. E fez os versos de onze sílabas (hendecassílabos), com a mesma estrutura de décima (estrofe de dez versos). Manteve o esquema rítmico ABBAACCDDC usual no martelo agalopado.

Estrutura

  • O galope à beira-mar é formado por uma ou mais estrofe (s) de 10 versos hendecassílabos,  com o ritmo de tônicas nas posições 2, 5, 8 e 11, ou seja, um iambo e 3 anapestos.
  • Uma exigência no galope à beira-mar é que o último verso sempre termine com a palavra "mar", no mínimo, sendo preferível terminar com "galope na beira do mar"

Versos hendecassílabos que têm o ritmo semelhante são considerados apenas versos com ritmo de galope à beira-mar, mas não identificados como o genuíno, pela falta dos requisitos exigidos, ou seja, estrofe com 10 versos, última palavra: "mar".

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Almas desnudas

 

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Almas desnudas

 

Forjadas para vitória em tempos de desespero

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Vagantes, sem rumo,  por entre mundos

Arrebatando corações imundos e profanos

Vis criaturas sem perdão, sem compaixão

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Almas desnudas, reles meretrizes, em apelo

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Escravizam débeis em seus tormentos

Lançados no limo de desalentos

Impiedosas, cobram seu quinhão.

 

Maria Angélica de Oliveira 

Desafio Gabriel: " Forjadas para a vitória em tempos de desespero"

Arte: Marsoalex

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Amo

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Amo...

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Aqui, neste momento, sob a chuva que cai,

Sinto minha alma leve, sem amarguras.

Água que lava e purifica, nos eleva aos céus,

Onde a paz almejada está perto. Palpável

Não tenho mais medo do futuro, tão incerto.

Não choro mais por amores perdidos, deixados ao léu.

Não sinto mais o amargor dos beijos que um dia acreditei serem doces.

Tudo ficou no caminho, como uma roupa que não serve mais.

Aqui, neste momento, deixo a água me renovar, purificar.

E para o momento só quero a delicadeza dos meus anseios.

Sentir o pulsar de meu coração, que renasce para uma nova vida.

Sobrevivente de batalhas ocultas, vive para novos sonhos.

É feliz neste momento, completamente apaixonada por mim.

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Maria Angélica de Oliveira – 15/08/17

Imagem Poesia - Editado

Arte: Safira Saldanha

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Abandono

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Abandono

 

Hoje acordei sem ti.

O frio da cama revelou-me sua ausência.

Lembrei-me com ardor de cada verso de amor

Declamado no calor da paixão,

Numa rima perfeita,

Em sintonia com o movimento de nossos corpos

Perdidos em lençóis, exaustos de prazer.

Mas você se foi. Não te encontrei.

Será que foi um sonho?

Ainda sinto o toque de teus lábios em meu corpo.

Perco-me nessa poesia de amor e abandono

Onde as lágrimas teimam em rolar,

Molhando o travesseiro

E banhando meu rosto onde,

instante atrás,

era acariciado por ti.

Sinto teu abandono.

Meu coração chama por ti,

Perdido nestas tramas.

Como uma poesia de versos tristes

e rimas desencontradas.

 

Maria Angélica de Oliveira

Mote TP: Verso, rima e poesia

Arte: Edith Lobato

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CPP