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O PRÓPRIO HOMEM

Um sonho de liberdade

Persiste ante à política desordenada.

 

Carros, pneus, aviões,

Camburões iluminados,

Avenidas cheias de gente.

 

O cheiro do gás no nariz,

O cheiro do gás no nariz...

 

São brasis, entre loucos,

Sois e luas, sons,

Vozes de metais.

 

 

Casados e solteiros,

Despretensiosos,

Maravilhosos

 

Antes eram cabelos compridos

E calças floridas

Cheiros e cores

 

Na terra sangue

Nas mãos dos fortes

Nas mãos dos fortes

 

Que forte a força do homem

Do homem que veste a mortalha

E vive às sombras dos muros

 

Becos escuros

Gritos obscenos

 

Do outro lado

Paz e amor

 

Óculos redondos

Pensamentos redondos

Em um mundo quadrado

 

O novo é novo

Até se tornar antiquado.

 

O homem não foi feito com o esquadro de Deus

 

E seus dedos continuam apertando gatilhos,

E pescoços, quebrando ossos,

Expondo a alma animal.

 

Não, o animal

Vive em a paz

 

Isso é coisa

De quem pensa,

Ou como dizem os velhos_

Não param para pensar.

 

Mas o universo se move

Por um verso sem rima

De um poeta sem nome

 

O clima do planeta vai mudar

O cheiro do ar será outro,

O mar será tão cinza

Quanto as cinzas de um funeral.

 

As estrelas não terão

Pontas pontiagudas

 

O céu virá sempre com chuva,

O sol vestirá a luva da noite.

 

Cada umbral será marcado

Com o sangue dos desaparecidos,

As sombras seguirão outros corpos,

Que não os seus...

 

Teremos espinhos, ao invés de frutas,

Os nossos dentes decadentes

Morderão os lábios secos,

A sede cederá ao desejo

De sentir a fome.

 

Quando olharmos para o espelho

Estaremos velhos demais

Para qualquer reação.

 

No rodapé de nosso destino,

(Subentenda-se o óbvio)

A causa mortis do homem

É o próprio homem.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade – 27-12-2016

Saiba mais…

MANSA

Quem sabe um sonho chegue à minha porta

De forma física e palpável.

 

Que seja um anjo

Com seu relógio,

Brinquedo de contar o tempo.

 

Sob a lua,

Que o suave encanto

Ilumine este encontro.

 

Ah, esses pensamentos vãos...

Têm o dom de sustentar

Os arautos da ilusão.

 

Quem sabe uma estrela

Resvale em meu coração

E o faça brilhar tão intensamente

Quanto o amor sincero

De antigamente.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade - 26-12-2016

Saiba mais…

Poema de Natal II

Mário Sérgio de Souza Andrade

Em cada lugar, um abraço,

Em cada lar, um sorriso,

Em todos os corações,

A paz.

 

Que os olhos das crianças

Cresçam com as estrelas

Enfeitando seus sonhos,

Tornando as noites mais belas.

 

Que se abram todas as portas

E deixem entrar a alegria,

Que o Natal que se vive agora

Seja para todos os dias.

 

Que todos tenham a certeza

Que o amanhã será melhor que hoje,

Que a esperança não esmoreça

E chegue para todos os lugares.

 

Teremos um mundo melhor

E o futuro mais iluminado

Se fizermos do amor

O nosso maior legado.

 

 

 

Saiba mais…

POEMA DE NATAL

Conheci um garoto que não tinha maldade,

Não tinha maus pensamentos

E tudo o que lhe serviam,

Dividia com seus irmãos.

 

Incompreendido, este menino,

Alvo de chacotas e desprezo,

Mesmo assim,

Não chorava.

 

Achava beleza em tudo,

Nas mínimas coisas,

No pistilo da flor,

Os grãos de areia correndo entre os dedos,

As estrelas que lhe iluminavam o olhar.

 

Era pobre, mas de grande riqueza.

 

Falava todos os idiomas em pensamento,

Ensinava aos menos favorecidos

Que, com amor, as árvores cresceriam

E lhes dariam muitos frutos.

 

Na casa onde morava

Seu nome não era pronunciado,

E esse silêncio era ouvido

Nas almas de quem o conhecia.

 

Seguia de pés descalços

Nas areias quentes do deserto,

Certo de que o verdadeiro Sol

Indicaria o caminho a seguir.

 

Foi do alto do ponto mais alto

Que sua voz ecoou,

E até hoje os anjos trabalham

Por aquele que mais nos amou.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade-    20-12-2016

 

 

 

 

 

 

 

Saiba mais…

LU - A

É certo que me deste o sonho,

Mas a noite era breve.

E toda razão dos olhos

Perguntam sobre as lágrimas.

 

O tempo nos faz pequenos

Diante da grande ilusão.

Em nossas mãos

Carregamos nossas histórias.

 

Derrotas e vitórias,

Os erros e acertos,

 

Tão pequeno este mundo incerto.

 

Deste-me uma voz que dizia_

“Um dia serei  tua”.

Mas nem a lua

Que nua vaga

Trouxe brilho à tua promessa.

 

Deste então

Creio somente nos loucos,

Ao menos,

Eu os sei.

 

Ao norte do teu silêncio,

Adormece o meu pensamento.

 

Ventos não companheiros das folhas,

apenas a raiz que abraça o solo

permanece forte após a tempestade.

 

Tua verdade criou asas,

Pouso no topo do mundo,

Mas de que serve a tua voz?

 

Passarinhos não cantam na noite.

 

Mário Souza Andrade – 17-12-2016

Saiba mais…

CICLOS

Tive a opção de ser advogado,

Mas a lei não estava do meu lado.

Minha mãe rezava pela medicina,

Sangue não me apetece.

Engenharia custaria caro,

Sou fora de esquadro.

 

Não estava em meus sonhos,

Não estava em meus planos,

Sem ideias, sem ideais.

Neste mundo real

Eu não tinha alcance,

Minhas chances

Estavam no rodapé do destino.

 

Quando menino, eu pintava o futuro,

Empurrando carrinhos de brinquedo,

Com medo dos outros, franzino,

Mas sempre olhando para o alto

Na certeza de encontrar uma estrela.

 

Meu pai punha as palavras no papel

Como se fosse o Deus das palavras,

Uma fila indiana de letras bonitas,

Como se fossem lapidadas

Para se tornarem joias verdadeiras.

 

Eu via e vivia aquilo,

Aquilo era bom, era azul,

Como o Cruzeiro do Sul

Que acenava para mim em luzes.

Para atrair a sorte

Eu cruzava os dedos.

Para afastar os medos,

Fingia ouvir “Fascinação”.

 

Mas meu coração

Ainda não tinha tamanho,

Eu não era gente grande

Para pensar em destino.

 

Eu sentia que meus pés

Eram maiores que os meus pensamentos.

E corria, corria em direção a nada,

E esse nada,

Sempre terminava em mar.

 

Onde eu morava

Todos eram bem vindos,

Mas as pessoas foram sumindo,

O teto da casa ficou manchado,

Marcado pela ação do tempo.

 

E o tempo fez meu corpo mudar.

 

Meu peito abrigava um coração

Maior do que meus sentimentos,

Eu amava as coisas, amava os ventos,

Amava as criaturas e seus movimentos,

Sentia tantos abraços

Que não cabiam em meu peito.

 

Meus braços chegavam mais longe,

Quase do tamanho da minha visão,

Alcançavam mais coisas

Do que as frutas que eu havia colhido.

 

Em que eu havia mudado,

Nada havia de incerto, ou errado,

Conquanto, meus medos

Eram os mesmos.

 

Creio que os homens sentem o mesmo,

Não importa quanto tempo passe.

O futuro é uma linha cintilante

Cortando o universo soberano.

 

Eu não precisava mais dos limites,

Dos palpites, da sinceridade alheia,

Eu tinha sangue nas minhas veias.

 

Eu via por cima do muro,

Ouvia palavras proibidas,

Sabia o que faziam

As mulheres e homens nus.

 

A complexidade da idade adulta

Trouxe também a culpa,

Não pelo pecado cometido,

Mas pelo o que não foi vivido.

 

O que se sabe do segundo perdido

É pouco na dimensão das horas.

 

Com meus olhos enrugados,

Tantas posso ter amado,

Quantas posso ter esquecido,

Ah,  quanto amor vivido...

 

Hoje meu mundo se completa.

 

Não sou médico, nem engenheiro,

Estou por inteiro

Na profissão de poeta.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade  -  18-12-2016

 

 

Saiba mais…

O PADRE

O padre passa solteiro

E as moças suspiram,

Amém...

Ai de quem cometer esse pecado,

Vai morrer ao lado do diabo

Com a língua insana entre os dentes.

Os sinos não tocam,

Mas as mulheres nuas querem tocar.

Entre seus seios escorre o desejo

Do beijo bendito e maldito.

O padre caminha na escuridão,

Passando a mão nos muros escuros,

Pensando no porque daquela solidão,

Será que a mão de Deus

Perdeu-se no adeus?

Ah, tempo miserável dos pecados!

Nenhuma alma se salvará...

A  luz do dia se apagará

Para que se consuma o fogo,

A sedução, a rendição do bem,

As coxas sobrepostas umas sobre as outras,

O delírio de vozes silenciosas

Circulando nos castos ouvidos do padre.

E antes que se faça tarde,

Com as mãos erguidas

Agradece pela morte

E pela vida,

E se despe aos olhos da eternidade.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade – 17-12-2016

 

Saiba mais…

INGÊNUO

Esteve o amor acanhado

Por tanto tempo,

Que se sentiu ilhado

Dentro de um só coração.

 

Estava o amor aprendendo

Que vivendo se pode amar mais de uma vez.

(talvez)

 

Qual o acaso do beijo dado por acaso?

 

Ora, o amor diria...

E sorriria como sempre,

Diante da dúvida constante

Se o amor de amanhã

Será igual ao de antes.

 

Ah, o amor se segue,

Como o rastro de um raio

Que cai duas vezes

Sobre a mesma árvore.

 

E quando dele se perde,

Volta-se ao primeiro momento,

De amar, somente por amar,

Sem maior consentimento.

 

O amor em poesia

Não faz da rima

O maior esforço.

 

Traz sim, no conjugar do verbo,

O som da palavra mais forte.

 

Sorte de quem ama com simplicidade,

A verdade do amor que não se compreende,

Mas que se entende como amor.

 

Quantas cores têm este universo,

Quantos sóis nos iluminam,

Quantas luas acompanham

As horas de nossos destinos.

 

E o amor, teimoso como é,

Insiste, e frequente,

Viver em todas as horas,

Sem nunca ser o suficiente.

 

Tão diferentes uns dos outros,

E tão iguais no seguir em frente,

Deixam para trás todas as coisas,

Porém jamais o amor que sentem.

 

Se existe o breve traduzir

Do amor, em consequência,

A ciência se cala,

E o amor transforma.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade – 12-12-2016

Saiba mais…

RASCUNHO

Rabisco qualquer coisa

(depois apago)

Um trago, algumas letras,

Um fardo,

O poema.

Traços roubados de lua,

Riscos bordados de mar,

Confetes de estrelas,

Fragmentos de amar.

Sobre o papel sonolento

Invento um novo silêncio.

Os olhos confundem-se

No paralelo das linhas

E verbos caminham

Na palma dos pensamentos.

 

 Mário Sérgio de Souza Andrade – 11-12-2016

 

Saiba mais…

ORA PRO NOBIS

Nesta terra maltratada

Sob os sóis dos confins,

O derradeiro suspiro da flor

(que não morreu por amor)

 

Nesta terra castigada

Ser homem não é nada.

Contam-se apenas os músculos

E o severo cabo de uma enxada.

 

No amarelado riso seco

Quando na sombra abençoada,

Os pensamentos escoam

Sobre o suor da pele surrada.

 

Não se perdem sonhos,

Pois o sonho não existe,

O despertar é amargo e triste.

 

O céu é preto no branco

E o chão é terra rachada,

A ilusão é crer

No fruto da semente plantada.

 

É então que os ossos

Se encontram com o coração.

E no silêncio da noite,

Os dois morrem,

Mais nada.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade  - 09-12-2016

(imagem Aldair Dantas)

Saiba mais…

EU

 

Um dia quero ser outro.

 

Terei tempo

Para criar-me.

 

E sobre a arte de ser,

Falar-me.

 

Deixarei de lado

A sonolência do poeta.

 

Sairei para um mundo

Que não me conhece.

 

Sem o complexo dilema

Do poema.

 

Livre para ter

E sentir

O ir e vir

Do nada.

 

Não escolherei ser sombra

Ou reflexo.

 

Serei o sexo,

Ou o amante?

 

Entre os loucos

Serei o irmão de fé.

 

Pausa para o ato

De lavar as mãos,

Pilatos no café.

 

Crucificarei o meu passado

E o outro eu criado

Será lindo.

 

Liberdade para ter todos os nomes.

 

A simplicidade das borboletas.

 

Tetas da natureza

Alimentarão meu corpo.

 

Homem, mulher, criança,

Definições patológicas,

 Não quero contexto.

 

Terei 33 anos

E ainda estarei vivo.

 

E se alma houver

Que tenha paciência

E tempo.

 

Nego o conhecimento,

O arrependimento,

A negligência.

 

Quero outro em mim

Que não duvide

De mim mesmo.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade – 06-12-2016

 

 

 

 

Saiba mais…

VISCERAL

Gosto se sentir a poesia saindo da carne.

Sentir doer o verbo,

As palavras rasgando as vísceras,

A poesia como ela é,

Nem feliz, nem triste,

Momento.

 

E essa dor estreita e nua

Fere a íris e o encanto,

O poeta cego e quieto.

 

A minha sombra torta

Reflete o esqueleto doente

Nas paredes regadas de fungos.

 

Se houvesse uma flor

Que pudesse definir este sentimento,

Com certeza morreria com a brisa

Que inventa o vento.

 

O poema quadrado.

 

Escancarada dentadura feliz.

 

A alma nua que não me serve

A vestir-me por inteiro.

 

As unhas que riscam as linhas

Compondo versos em sangue.

 

Homem e mulher dividindo costelas,

Minutos escorrem por lâminas de areia,

O tempo mastiga as minhas entranhas.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade – 03-12-2016

Saiba mais…

ENTREGA

Não sou o antigo retrato

Que pousa sereno em parede e pedra.

Nem sinto o ar que chega por uma janela

Naquela sala onde todos se foram.

 

Não sou a sombra que chegava antes do sol,

Nem o reviver dos pratos sobre a mesa.

Não são meus olhos que descansam

Sobre a tinta que escorre até o chão.

 

Não é meu coração que bate por amor

Quando anunciada a sua chegada,

Nem sofro a decepção dos anjos

Por um  pecado cometido.

 

Não procuro o tempo perdido,

Os meus ouvidos gostam de música,

O movimento das horas não me cansa,

Nem me alcança aquela saudade.

 

A lua ainda sobra no céu,

Conciliando amantes e amadas

E nada vai mudar o destino

De sonhar antes da madrugada.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade -   03-12-2016

Saiba mais…

FALAR DE AMOR, SEM FALAR DE AMOR

Acreditei que todo sonho

Era uma luz no fim do túnel,

Mas conheci túneis imensos

Que me roubaram a luz.

 

Labaredas cegas me chegaram aos olhos,

E logo após,

A calma de um vulcão inativo

Trouxe-me o conhecimento da noite.

 

A língua expulsa a palavra

Em repúdio ao silencio absoluto.

Coração em luto

Palpita sons de tristeza.

 

Luas parem brilhantes estrelas

Que luzem prematura claridade.

Conheço agora a verdade dos sonhos,

É preciso estar desperto para vivê-los.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade                                                28-11-2016

Saiba mais…

RECOMEÇO

RECOMEÇO

 

A delícia da dor de um amor

Que profana o túmulo dos amantes,

Que viola os conceitos

E derruba os dogmas da alma.

Alguém que morre por outro alguém.

Seguir além da eternidade,

Mesmo sem conhecer a verdade dos que morrem.

Vai-se apenas um corpo,

O amor continua intacto.

Sem o ato consumado, o fardo de destino,

Apenas o sonho que transcendeu os limites da carne.

A imagem vista de dentro para fora

Sem a contagem das horas,

Sem os limites da fadiga,

A quem diga, é o fim da vida,

Eu digo,

É o recomeço.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade – 27-11-2016

Saiba mais…

MURO DAS ALMAS

MURO DAS ALMAS

  

Acordo às quatro da tarde com os olhos melados de lágrimas.

Saio do quarto com uma imensa vontade de fumar

Mas o quadro de minha avó pendurado na parede marrom

Condena qualquer tentativa de voltar a este desgraçado vício.

 

Sigo pelo corredor vespertino sem destino ou fé,

Talvez um café me caia bem.

 

Não me canso,

Uma vez que já descansei bastante,

Aproveito para lembrar de ontem.

 

Uma outra mulher espreita pela janela,

Mas esta, não sei quem é.

Ela apenas está ali, de pé,

Com os braços cruzados,

E eu,

Com a xícara de café na mão.

 

Ninguém tem coração as cinco, do domingo.

 

O amor que se fez sozinho,

Virou sonho de passarinho.

 

Vou, vagamente vagabundo

Tomar esse mundo de um modo diferente,

Coração carente, gestos sem movimentos,

Pensamentos que flutuam

Em uma nuvem de dúvidas.

 

Como será a vida dos esquimós?

 

Cedo ainda para o jornal da noite,

Tarde para o almoço,

Um leve sanduíche de queijo.

Um beijo esquecido

Deixou sua marca no guardanapo.

 

Talvez pudesse ter sido

Aquele toque do telefone ás três da manhã,

E se fosse ela pedindo socorro?

 

É cruel este muro

Que separa as pessoas umas das outras.

É invisível, porém instransponível,

Até onde se conhece o limite da alma.

 

Mário Sérgio de Souza Andrade         -     27/11/2016

Saiba mais…

A FLOR

No planalto das ilusões

Planto uma rosa solitária.

A flor do amor

Não tem mais cor.

Só de supor que o amor existe,

A rosa fica mais triste

E deixa cair uma pétala de lágrimas.

Páginas viradas

De um passado recente,

A flor ainda sente,

Entranhada em suas raízes.

Os felizes têm mais sorte,

São mais fortes que a dor,

E a dor que amor causa,

É como a asa quebrada de um pássaro

Que nunca mais poderá voar.

Amar assim é quase um conselho antigo,

Não serve para os tempos atuais.

Jovens que sejam, ainda se beijam

Olhando para o mar

E sonhando com um futuro

Que não acontecerá.

Realidade?

A verdade do amor

Está em compor o tempo,

Com suas vestes, seus costumes,

Suas lendas.

 

Mário S. S. Andrade 16-11-2016

 

 

Saiba mais…

A CARAVANA PASSA

Poesia entre espaços

(solidão gravada)

Paredes erguidas

Protegendo

Ocultando

Crimes

Ainda

Não cometidos

Versos

E

Sangue

O silêncio incendeia

Monossílabos

Sabores

Melancólica ciranda

A banda toca

E os cães

Uivam para a Lua.

 

15-11-2016 - Mário S S Andrade

Saiba mais…
CPP