Posts de Nina Costa (187)

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SOL E CHUVA

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SOL E CHUVA

Era uma tarde em que chovia

Enquanto o sol se despedia

Cada gota pintava o céu

Com um arco de cores e luz.

 

Minha alma solta brincava

Nesta tarde em que chovia

Corria no tempo e cantava:

"Chuva e sol... Casamento de espanhol!

Sol e chuva... Casamento de viúva!"

 

Os pés nas poças se afogavam,

A noite ia tragando o dia.

E o sol dos anjos se deitava

Na tarde em que o céu chovia.

 

Havia, em mim, tanta alegria

Era um tempo de pureza

Lavava a tarde, a chuva,

Molhava os raios do sol,

Com gotas de cor e poesia.

 

By Nina Costa in 07/04/2021. Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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TUA VOLTA

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TUA VOLTA

Há muito que espero tua volta,
Que as ondas do meu mar antes, revoltas
Serenaram-se na angústia de esperar.

E as flores que colhi pro nosso leito
Enfeitando os desejos não desfeitos
No calor da fé que ainda vais voltar.

O oceano antes bravio, ora tristonho
Como os versos de um poeta sem sonhos
E sem poesia para as rimas ao luar,

Este inverno de saudades e emoções
Despetala minhas rosas, em botões
Só não tira-me a esperança de te ver chegar

Quando o outono, desfolhando a primavera
Como fruto doce, te trouxer, minha quimera
Em meu peito, amar-te-ei e hás de me amar...

By Nina Costa, in 22/04/2021. Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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NOS POROS DA NEGRA POESIA

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NOS POROS DA NEGRA POESIA

 

Trago demarcada em minha pele

O desenho da história de um povo.

Que espalhado pela terra

Canta, clama e reclama de novo.

 

Na raiz de cada fio do meu cabelo

Como nosso DNA, um verdadeiro selo

O tanto que restara da memória

Depois de tantas dores e tantas guerras...

 

Ecoam ainda as vozes dos meus ancestrais

Que Nzambe dançando nas rodas nos quintais

Trazia imagens do tempo de liberdade e paz,

No calor de nosso solo, no cheiro de nossa terra.

 

E a poesia marca os traços, e o nosso canto a melodia

No transe de amor e alma, com os deuses de nosso panteon

Dos troncos de nossa fé, raízes da nossa omnia...

 

E a mãe África canta e chora, no banzo, na nostalgia,

Em cada rima, em cada história

Nos versos desta saudade, ... Nos poros da negra poesia...

 

By Nina Costa in 31/93/2021. Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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TATO

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TATO

 

Na ilusão de sentir-te comigo,

Minhas mãos percorrem teus caminhos 

Territórios distantes e ilusórios

Mapeados com a imaginação

Desenhados em afagos e carinhos

Com ternura, fogo e paixão

No escuro do quarto vazio.

 

E eu te tenho entregue e em fervor

Palmo a palmo testado e medido,

No calor dos meus dedos sedentos

No fetiche, lúdico e lascivo,

Na pureza do amor mudo e casto,

Brincadeira de velhos amigos.

 

Em tua pele os segredos guardados

Na distância tatuada de saudades

E ruídos de abafados gemidos,

Anagramas dos sonhos e desejos

Entre toques insanos, sagrados

Despertando todos os sentidos.

 

Nossas almas e corpos inundados

São de estrelas e noite orvalhados

Transbordando rios e fluídos 

No espaço entre o teu e o meu peito.

 

Pelo tato decifro teus sonhos

No eriçar de arrepios tribais

Na volúpia selvagem, animais,

Nesses toques novos e antigos,

Na ilusão de sentir-te comigo...

 

By Nina Costa in 20/03/2021. Mimodo do Sul, Espírito Santo, Brasil.

 

 

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MULHER

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MULHER

Quem te fez para ser como és,
Força na fragilidade,
Grandeza na simplicidade,
Singeleza em tua estatura,
Infinitude em tua pequenez?...

Quem te fez assim
Tão universo, tão poesia,
Tão pura e tão complexa,
Controversa em prosa e verso,
Na versão mais complicada de Vênus
Simples, na versão modelar de Eva,
Molécula rara de beleza cósmica,
Joia primitiva da coroa mítica de Zeus?...

Quem te fez assim tão terra,
Tão lua, vento e tempestade
Que amedronta e invade,
Encanta e desespera
Os anjos, os poetas,
Os crentes e os ateus?...

Quem foi o ser que te fez ser
Poderosamente Mulher?

By Nina Costa in 19/03/2021. Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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NOSSAS ARTES

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NOSSAS ARTES

 

Desperto em arte meus dias

Acolhida em teus braços, 

Em tua doce companhia

Sou pontilhismo em teu espaço,

Teu enredo e alegoria.

 

Faço de mim tua moldura

E tu és minha obra prima,

Porto para minha calma,

Descanso para minhas asas

Ensejos à minha magia.

 

Faz-te para mim passarinho

Em meu corpo pôs teu ninho,

De minha flor fez-te alimento.

Esculpes-me nua, em teus versos

Desenho-te meu em poesia.

 

Inventamos nossas artes,

Nossos passos e melodias

Ritmo, movimento e som.

Somos par e companheiros,

Mambembes e malabares.

 

Criamos fetiches, fantasias

No ateliê de nosso quarto,

No palco de nossa cama,

Nas cordas de nossa lira,

Nos tons que a gente se ama...

 

By Irene Cristina Dos Santos Nina Costa Poetisa ( Nina Costa ) in 28/02/2021. Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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"ME ESPERE QU'EU VOU JÁ!"


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"ME ESPERE QU'EU VOU JÁ!"

 

 Sei que o tempo não para,
Nem se demora em ficar.
Mas segure-o pela crina,
Sei que me achas menina,
Mas me'spere qu'eu vou já.
 
Espere-me qu'eu estou indo
Mesmo qu'eu não te alcance
Porque a distância do tempo
Entre nós não vai mudar
Num dos lances do caminho
Nossos corações sozinhos
'Inda hão de s'encontrar.
 
Então, me'spere  um pouco
Ainda que só pra um abraço
E no calor das almas em laço
Esqueçamos que o tempo
Impedindo esse momento
Quis então nos separar.
 
Nos desvãos em vãos do tempo,
Acalme teu pensamento
E me'spere, qu'eu vou já...
 
By Nina Costa in 09/02/2021.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.
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DE QUE LADO ABRE A PORTA DO PARAÍSO?

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  • DE QUE LADO ABRE A PORTA DO PARAÍSO?

Essa é uma interessante pergunta a se fazer, citada pelo Pé. Lancelotti em uma live em que ele participava. A porta em questão era a porta do metrô que dava para o Paraíso, um bairro ou uma comunidade, não um local supra-humano, ou espiritual.
Mas em se tratando de quem perguntava e a quem foi feita a pergunta e, principalmente, do momento em que vivemos não dá para ignorar o potencial reflexivo da questão.
Tratava-se, por um lado, de uma mulher humilde simples que viajava também no metrô e necessitava da informação; do outro, um homem religioso que gastou a vida inteira na luta pelos menos favorecidos, que participou de embates e sofreu perseguições, que lutou do lado de pessoas menos favorecidas, de desvalidos e desamparadas, cujo cristianismo se faz concreto na luta em favor do outro, do social.
Analisando e ampliando essa questão, indago: De que lado abre a porta do paraíso? Onde é o paraíso que se abre? E para quem ele é aberto todos os dias?
Refletindo sobre a fala de Pe. Lancelotti, Deus não é um Deus distante, imparcial, injusto que não se importa com a dor e o sofrimento humano. Antes, é um Deus do cotidiano, é um Deus que sofre com a dor humana, que deu seu sangue pela prostituta, pelo ladrão, pelo doente, pelos órfãos, pelos pobres, pelos pecadores, pelos que creem e até pelos que não creem.
Então, trazendo para o nosso cotidiano, esse Deus vivo nascido de mulher, saído da Cruz, que nos enxerga através de olhos humanizados, é o Deus do índio que sequer tem o direito de ser o dono da própria terra, Brasil; esse Deus é o Deus dos negros que, apesar da abolição, ainda são ideologicamente mantidos escravos em um jogo de poder elitista, racista e discriminatório; esse Deus é Deus daqueles que precisam do SUS, de auxílio emergencial, que engrossam as filas em busca do mínimo, de emprego, de condições sobrevivência, de vida digna; esse Deus é Deus dos LGBTs, das crianças, dos jovens e mulheres negros que morrem nas chacinas entre polícia e bandidos nas periferias, nas favelas, das crianças prostituídas, pedofiladas, abandonadas, dos desfavorecidos.
E o paraíso não é um lugar distante, não é um lugar intangível que se abre somente pelas mãos poderosas de um Deus todo poderoso (antes, todo misericordioso) que não sente. O paraíso é aqui e agora, e não se abre pelo lado de dentro, mas pelo lado de fora. E cada vez que se nega pão a quem tem fome, abrigo e esperança a quem não tem teto, um abraço a quem não tem afeto, proteção a quem não tem segurança, justiça a quem não tem direitos, tec., tranca-se a porta um pouco mais.
A porta do paraíso, desse paraíso espiritual, se abre no cotidiano de amor, de misericórdia, de perdão, de justiça social, de luta pelo bem comum. Se não formos capazes de nos colocar no lugar do outro (independente de quem seja esse outro, morador de rua, índio, quilombola, negro, idoso, mulher, LGBs, ateus, etc.).
Se não formos capazes de sentir a dor do outro, de vivenciar e de lutar pela cura do outro, pela liberdade do outro, pelos direitos do outro, nossas mãos estarão sempre trêmulas e incapaz mover a chave que abre a porta desse paraíso.
E quando o metrô de nossas vidas chegar na estação Paraíso, se não tivermos munidos das condições de abrir a porta e desembarcar nela, continuaremos o percurso pelo inferno da vida, porque a cada um é dado o direito de plantar e cada um planta o que quer mas, também colher justamente aquilo que plantou, apesar das intempéries do tempo, das pragas do mundo e das ervas daninhas...

By Nina Costa, in 10/02/2021. Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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TUDO E NADA

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TUDO E NADA

Ah,... Tudo é tão seu:
A distância, o tempo,
Essa cama, esse corpo
E esse quarto vazio.

Esses lençóis em chama,
As vozes no silêncio,
Essa noite comprida
E a sensação de frio...

Ah,... Tudo é tão breu:
O desejo, a libido,
Sua voz no ouvido
E a saudade na pele.

A música da Adelle,
O perfume, seu odor
No pijama guardado,
Seu beijo em minha flor...

Ah,... Tudo é tão meu
E nada me faz esquecer você.

  • Nina Costa, in 07/02/2021.
    Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.
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CINQUENTENEI

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CINQUENTENEI

O tempo passou pelo meu rosto...

E com gosto
Pintou suas cicatrizes na tela dos meus dias,
Fincou suas raízes em minh'alma vazia,
Rasgando o solo virgem de minh'euforia
Marcou-me o ser com lembranças e saudades
E uns tons de nostalgias.

Fez-me crescer em meu casulo, apesar de mim,
Florescer, desabrochar mesmo sem jardim,
E em suas extensães, enfim,
Como fruto bom, fecundo d'experiência,
Amadurecer...

Neste ciclo, de tempos que se vão,
Não em vão olhei-me no espelho da vida
E vincada pelo tempo, vencedora, vencida,
Revirada, remexida, remoída,
Forjou-me, moldou-me, fez-me resistência...

Marcada por alvoradas e entardeceres,
Por mares procelosos e suas calmarias
Fortes ventos destelhando a sorte,
Suas brisas em versos de poesias...
Deu-me a serenidade de não contar as horas
Mas viver sua métrica em paz e alegria...

By Nina Costa, in 03/02/2021.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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TELEFONEMA

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TELEFONEMA

 

Eu ouvi sua voz

Quando você disse "Alô!"

 

As pernas bambearam,

O peito me saltou, 

A voz sumiu dos lábios, 

A garganta secou,

Coração disparou

E em poucos segundos

O mundo que girava,

De repente, parou.

 

Minha voz tremeu baixinho,

O rosto enrubeceu,

As mãos suaram frio,

Um fogo se acendeu,

Senti um arrepio,

E os meus pés sem chão.

 

Um medo, uma ansiedade,

Vontade de cantar,

Ou somente sorrir,

Desfolhando uma flor,

Achando tudo lindo,

 

Ouvindo sua voz,

Quando você disse "Alô!"...

 

By Nina Costa in 22/01/2021.

Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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DELÍRIOS DE UMA ROSA...

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DELÍRIOS DE UMA ROSA...

 

Nervos ao redor das pétalas,

Textura do exaltar da sua pigmentação,

Banhada pelo orvalho da inspiração,

No silêncio solta suas falas...

 

Exala o odor nos versos sem pudor

Que fluem a inebriar o espaço

Desperta os sentidos, louca flor

Quando colhida nua em teus braços.

 

Toda clorificação a deixa extasiada,

Os rios excitam seus poros,

Para que seus lírios no âmago desabrocham,

Ao calor do prenúncio da alvorada,

 

E em delírios vibra, encarnada

No mel dos versos crus toda orvalhada

O gineceu aberto entre as pétalas

Ao degustar-se o mel entre as ramagens.

 

Entre essas finas margens,

No interior realçar do pistolo,

Amadura, banhada no licor que escorre,

Fonte do divinal prazer que se desenvolve,

 

É nesta sintonia extasiante

Bailando num vai vem doce e picante

Delícias de uma flor desabrochada

Entregue à natureza dos amantes.

 

Deixando o estame pronto para a simbiose,

No acto que descreve a fase,

Em que cada um se doa ao prazer

Para a comunhão de dois corpos

 

Na ligação perfeita, em um só ser...

 

By M&M e Nina Costa, in 18/01/2021.

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VALOR DA AMIZADE

VALOR DA AMIZADE
DUO POÉTICO
Autores: Nina Costa Poetisa
Iratan Curvello

Ela não tem cor, forma e sobretudo,
Não tem peso, ou prazo ou porção,
Nasce na alma, ao peito desnudo,
Uma chama pura bem no coração.

O valor da amizade é tudo.
Pois sempre nos estende sua mão
E quem tem amigo, é um sortudo,
Pois nunca ficará na solidão.

No abraço d’outro encontro um abrigo
E liberdade na expressão concreta
Como um irmão na pele de amigo.

A amizade é verdade certa
E está sempre presente contigo
É graça divina d'alma aberta.8419157857?profile=RESIZE_400x

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QUEIRA DEUS

 

QUEIRA DEUS

Queira Deus
Quando findar a última hora
E os olhos meus
Fitarem os teus
Como te titam agora

Eu levarei
No último instante,
No derradeiro errante
Saudades
Enquanto for embora...

Queira Deus
Que este adeus
Não seja para sempre,
Que no porvir da gente
Entre os espaços
A gente se encontre...

E queira Deus
Além dos horizontes
A gente se ame.

Queira Deus
Enquanto esvai a alma nesta hora
Uma promessa
No romper da aurora
Fique na alma doce dos amantes.

Queira Deus... Queira Deus...

By Nina Costa, in 17/09/2020.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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O QUE VIER À LÍNGUA

DUETO

*O QUE VIER À LÍNGUA*...
*_Escrita, Falada & Lambida!_*

O que vier à língua, Escrita, Falada e Lambida;
Que desça a ins-Piração, enquanto a gente "dá uma descida"
Enquanto, lá em baixo, levanta-se o tesão às alturas;
Enquanto, lá em baixo, um leva o outro à loucura!

O que vem ao léxico de maneira deliciosa e permissiva
Em sua progressão sem nexo, dinâmica e ativa...
À empoderada língua que forja a reação
Dos seres poliglótas nas fendas da paixão.

Eu tenho todo esse tesão por você e pela escrita
Eu acho até "tesão" uma palavra bonita!
Tesão permeia tudo que é desejo, afinal!
Desejo sublimado; desejo selvagem e animal!

E a escrita de desejo repleta e entumescida
No mel de nossa poesia umedecida,
No leito entre luas desprovidas de pudor,
Em meu jardim secreto, seu collibri em minha flor.

A Língua, dentro da boca oculta,
Quer mostrar-se, ora safadinha, ora culta
Quer mostrar-se! num falar de intento e saliente,
Quer mostrar-se: na carne do outro, quer sumir totalmente.

Quer seja esta língua inculta ou erudita
Como a caneta às mãos do poeta na escrita
Revela nossos versos em edredons, lençóis
Poemas de tesão e as rimas do desejo inscritas em nós...

Amor à Língua Falada, à Língua Escrita
Amor que em gemidos de prazer se faz transcrita
Amor, que no silêncio dos amantes em exaustão
É um discurso de corpos e almas satisfeitos, é uma oração...

By Nina Costa e Silvio Fergon in 09/09/2020.

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TRANSBORDANTE

AS METÁFORAS QUE NINGUÉM FALOU DO CLIPE E DA LETRA DE LOVER, DE ...

 

TRANSBORDANTE

 

Há tanto de ti em mim quando te vais
Que o que me fica de ti não me comporta mais
E rompem-se as barreiras da saudade
E se me invade e me transborda mais...
Um mar de sentimentos,
E meu alento é de saber que só em mim te movimentas.
E tuas ondas se enamoram de minhas ilhas
E caudalosas se quebram à beira de meu cais.
E choram em ais de pura exaustão,
Desabrochadas em flor.
Não é de dor que em mim, elas choram
É uma prece salgada e serenosa,
De afetos, desejos e suor,
Quando entrelaçados à luz da lua
Com as nossas peles nuas,
Erguemos as preces ao criador.
Nas linhas de nosso leito,
Tecemos os versos mais perfeitos
Quando fazemos,
Uníssonos,
A melodia do amor...

By Nina Costa, in 17/08/2020.
Mimoso do Sul Espírito Santo, Brasil.
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*TUDO BEM!?...*

 

*TUDO BEM!?...*

Inconveniências Que Convém
Nina Costa & Silvio Fergon

Tudo bem se eu sussurar no seu ouvido
De um modo ousado, deliciosamente atrevido?
Tudo bem se eu deslisar as mãos por dentro de suas vestes,
Sentir seu corpo, deixar os dedos fazer uns testes?

Tudo bem, amor, seu fingir que não gostei,
Mas se no fundo adorar?
Se nessa de testa aqui e acolá,
Com olhos brilhantes e face em rubor, pedir pra não parar?

Tudo bem: alguém precisa mostrar pose de pudores,
Os poros, de feromônios, exalando odores,
Atiçando suavemente nossa interna fera,
Os pudores se distraem, e aí, já era!

Tudo bem, que seja eu a caça
de todos seus apelos,
Com os instintos a eriçar os pelos
Causando  arrepios e frenesi,
Corpos e almas unidas em êxtase.

Tudo bem: eu finjo ser o lobo mal,
Eu caço e viro caça no final,
É caça, é dança, é troca de lugar,
É tudo bem ser devorado e devorar!

E nessa dança, nessa troca e vira.
Nesse come e se devora, nesse põe e tira.
Em indecência que é normal  a quem tem fome,
Sou sua pequena, você meu homem.

Nesse fogo e querer, até o Cosmo diz " Amém! "
E depois da explosão do prazer
O silêncio sussura: " Tudo bem!"...
 
By Nina Costa e Silvio Fergon, in  17/08/2020
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PAI, FAMÍLIA

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PAI, FAMÍLIA

 

Pai é quem está sempre por perto,


Não é apenas quem plantou a semente.


Família é o território sagrado do amor,


Não é apenas aglomerado de gente.

 

 

Pai é quem educa com amor


Ao filho, enteado, neto, parente.


Família é a dos votos sagrados


E aquela de laços conscientes.

 

 

Filho também pode virar pai,


Pai também pode ser amigo,


Mãe também pode se tornar pai,


Só não pode nada sem amor.

 

 

Sem ser, José foi pai de JESUS


E JESUS, o pai da humanidade


Fazendo-nos todos irmãos:


Adotivos, biológicos, de afinidades...

 

 

Pai é quem caminha conosco pela vida,


Família é quem nos traz no coração,


Seja com laços de sangue, com DNA ou não...

 

Nina Costa, in 08/09/2020.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.

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MY LOVE

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MY  LOVE

 

Gastei meu inglês, curto e grosso

Pra te dizer, My Love,

O que já sabias e sabes.


Na tentativa de quebrar a barreira do som

Dentro deste silêncio que tu'alma adivinha

Da energia da  emoção que ora nos invade.

Que em nós se espalha com olhos malabares.

De  vozes que se abafam

Em calores, calafrios e calares.
 


Então, agarro-te ao pescoço

Para dizer, baixinho, com carinho

Na ponta dos pés, ao pé de teu ouvido,

Mesmo que a voz me falhe (e como falha)...

Eu te amo moço, e te quero sim, comigo,

Pra valer, pra fazer e acontecer,

Baritonando todos os meus agudos gemidos.
 


Longe ou perto, à volta do meu umbigo.

Com  a alma louca em ânsia

No ir e devir do arrebol até o amanhecer,

Com a lua brilhando ao céu

E, nós, estrelas encandescentes sob o véu

De sedas e cetins deste lençol.
 


E nossas línguas em dueto, sícronas

De gêmulos sons e uníssonos ruídos,

Extasiados, de amor exauridos...

Quero-te, My Love,  te quero comigo.
 
By Nina Costa, in 04/08/2020.
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.
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DILEMA

 

DILEMA

Não poderei falar do meu lamento.
Ou descrever a angústia de minh'alma
Se em meio a tanta dor, tormento,
O estertor na terra se espalma.

Minh'alma triste flui em pensamento,
Não s'entregar e nem perder a calma,
Diante do caos da dor em advento,
A incerteza vilmente se agalma...

Quisera eu cantar com alegria
Reverberando a fé e a esperança.
Doar ao mundo através da poesia,

Sementes novas sem hipocrisia,
Puras, singelas como em homilia,
Do fundo d'alma de uma criança.

By Nina Costa, in 21/06/2020
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil

 

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