A VELHA CASTANHEIRA

A velha castanheira

             Todos os dia, passando pela castanheira, mês após mês, ano após

ano,   sem nunca me aperceber de suas constantes mutações.

          A castanheira inerte em seu lugar, sempre ali, plantada àquele cantinho

simples de praça, fazendo sombra para os transeuntes, e dando-se por ninho

aos passarinhos.

          Hoje, eu sentei sob sua copa, olhei para cima e vi como ela cresceu... E

eu?,... Eu continuo a mesma, com os mesmos defeitos de sempre, com as

mesmas manias de sempre, com os mesmos

sonhos...

          Ela, a castanheira, tem alguns galhos secos, poucas folhas e em seu

redor, no chão, um tapete avermelhado que se tornará humo para o solo. Na

solidão desse silêncio fresco de sua sombra, me consolo, pois sei que assim

como a castanheira envelhece e morre só, seus frutos, levados por morcegos e

aves, farão nascer novas mudas e futuras árvores. Eu semeei sonhos onde

passei, plantei quimeras em alguns canteiros de minha vida, e não importa se

verei seus frutos e/ou suas flores, certamente um dia, elas nascerão.

          Resta-me o consolo de saber que nada acontece por acaso nesta vida,

que tudo tem seu propósito e sua finalidade. E enquanto eu observo a velha

castanheira, reflito sobre a efemeridade da vida... Mas também sobre seus

legados aos que vierem depois.

          Venham ventos, chuvas, trovões, sóis, luas, estrelas, venha o inverno

inclemente e o verão escaldante,... ela estará ali, até que se cumpram os

propósitos que lhe são inerentes. Assim será comigo e mesmo com você que

talvez, neste momento, esteja perdendo seu precioso tempo para ler esta minha

crônica. No momento certo, tudo passa, todos passam e eu (já dizia o poeta), "eu

passarinho..."

By Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, in 07/08/2013

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Nina Costa

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Comentários

  • 14353216?profile=originalEncantada amiga querida

    • Obrigada, amiga!

      Tenha um domingo abençoado!

      Beijos!

  • São ciclos que vão se fechando. Como a castanheira, o ser humano vai mturando, atinge o hápice da existência com a morte de si mesmo em cada dia.

    Lindissíma e emocionante crônica.

    Parabéns, Nina. Leio-te com prazer.

    • É verdade. faz parte do ciclo da vida.E é natural passarmos pelos momentos e aprendermos com eles, até chegarmos ao ápice da vida.

      É preciso realmente sabermos usufruir o melhor desses momentos neste sempre aprendizado.

      Beijos!

      Nina

  • 14337570?profile=original

  • Tão bela e singela esta história. As árvores de facto morrem de pé...

    Lindo

    FC

    • "As árvores de fato morrem de pé." Esta sua frase me inspirou a escrever. Ela dá um belo texto, seja poético ou uma crônica. Se você não fizer, peço a licença para fazê-lo.

      Obrigada pela leitura, pelo carinhoso comentário e pela sempre presença!

      Beijos!

      Nina

  • Belíssima crônica, Nina! Adoreiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!

    • Obrigada,Marso! Que bom que gostou! Não sabe como isso me apraz.

      Grande beijo!

      Nina

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