AMOR, QUEM SABE...
Dentro de meus olhos guardo um segredo
Lembrado a cada lágrima perdida,
Segredos que a vida nos reserva
Quando não se ama na hora certa.
Tantas coisas a se pensar,
O amar passa sorrateiro...
Primeiro, causa medo,
Aos poucos
Nos faz perder a lucidez.
Talvez amar fosse mais fácil
Se tudo pudesse ser dito,
Se os sentimentos
Que explodem pelos poros
Fossem revelados no primeiro beijo.
Ainda insistimos em explicar o amor,
Falamos de sonhos,
Das alegrias e dores,
Da insensatez,
Que talvez
Seja a única coisa em comum
Para todos os que amam.
No amor não “estamos”,
No amor nós “somos”,
Não o inventamos,
Apenas, vivemos...
Ser somente amor é impossível,
O amor é por demais cativo.
Neste mundo o ser passivo
É engolido pelo destino.
Nem os sinos da primeira vez
Ressoam tão fortemente
Quanto o amor, ainda quente,
Que ferve no coração da gente.
O amor é a nudez da alma,
E a nudez se julga impura,
Toda criatura se veste
Com o tecido de passar o tempo.
Amar é momento da loucura,
A força de vencer o mundo,
Ceder o próprio corpo às chamas
Que queimam em forma de paixão.
E como dizê-lo sem saber se é único,
Se os dias passam, se as horas voam,
Sequer sabemos se de outro lado da rua
Está o maior amor da nossa vida.
Mário Sérgio de Souza Andrade – 18/12/2017
Comentários
Não sabemos nada do momento seguinte. Muitas vezes, nem os planos que fazemos dão certo.
Belíssimo poema!
Destacado!
Linda inspiração, belíssimo poema, aplausos!
"Sequer sabemos se de outro lado da rua
Está o maior amor da nossa vida."
Lindooooooooooo!
Sorvi cada verso!
Aplausos Mario Sergio
Bjs
Um belo e maravilhoso poema que exala as mais bela essência do amor, poema belíssimo