ARRITMIA

 

Por causa da arritmia

O sangue não carece  de  pressa

Seque sereno tranquilo

Mas as vezes ele tropeça

 

Então o coração reclama

Por vezes para, descansa

Outras desiste e se entrega

É o fim que está chegando

 

Não será um mau negócio

Ir-se assim  de supetão

Pior é negociar com a morte

Um final a prestação

 

Pra quem  na vida  labutou

Não deixa de ser um regalo

Uma oferenda, um mimo  raro

Partir desta sem  dor, sem  trauma

 

F J TÁVORA

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Comentários

  • Penso que o morrer ja começa na gravidez.

    Adorei a reflexão do poema. O gosto pela vida tem de prevalecer.

    Parabéns.

  • Mil felicitações pelo texto em que a morte não subestima a vida e o gosto por viver. Linda lição de vida. Meus parabéns Poeta Távora. Um abraço.

  • Brilhante Composição, Simples e Inteligente... Parabéns!

    Obs.: Eu já prefiro morrer bem velhinho, sentado numa cadeira de balanço, à varanda de casa por observar a paisagem, ouvindo uma agradável música, à espera do Sono Profundo e Eterno. Assim imagino e espero, com a Graça do Pai...

  • Se existe uma morte boa é essa de supetão, Francisco. É a forma que eu quero morrer, mas, querer não é poder. 
    Como sempre, uma peróla poética brilhante!

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