Calafetando a solidão

Súbtil foi a hora amamentando o sorriso de vigia junto
Aos pátios da minha esperança irrequieta, quase uma orgia
De felicidade onde esteio as lembranças escoradas e calafetadas
Numa caricia que se traja de mil gargalhadas tão premeditadas

 

Ainda que adie um lamento seus ecos em silêncio
Crepitam na alma recostada às vidraças do tempo
Onde se comunga e dessemina aquela paixão que
Depois permutamos em surdina

A noite gloriosa matiza esta íngreme escuridão
Qual suspiro tão pervertido consolando uma terna ilusão
Abstracta, queixosa…anteparo destas minhas palavras escondidas
Na penumbra pacata de um silêncio correndo em cascata

Alonga-se a madrugada numa indiferença quase arrebatadora
Perpendicularizando cada gotícula de chuva caindo ladeada
De açoitantes ilusões conspirando estupefactas e tentadoras
Embebedando o ventre da terra ávida, ofegante…conciliadora


Frederico de Castro

 

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Frederico de Castro

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • 3694443?profile=original

  • '"De açoitantes ilusões conspirando estupefactas e tentadoras
    Embebedando o ventre da terra ávida, ofegante…conciliadora"

    Maravilhoso!!

    Aplaudo de pé poeta Frederico da Castro

    Bjs

  • Teus poema deixa nossos sentimentos simplesmente calado onde o silêncio se faz e se traduz

    • Grato amigo pelo carinhosa mensagem

      Votos de dia feliz

      FC

  • O ventre da terra ávida...  Maravilhosoooooo

     Parabéns, FC...

    Beijos canarios....

    3694134?profile=original

     

    • Obrigado sempre plos seus comentários poetisa

      Bem, hajas

      FC

This reply was deleted.
CPP