CALAIS, EM CALAIS

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CALAIS, em CALAIS...

 

Admoesta-me a alma ver

Que enquanto a guerra inflama

A morte é o único perdão dos inocentes

Calais, em Calais, ó multidão de gentes!

Quem os isentará da dor?

Quem efetuará a isenção de sua sorte?

Ou de seu azar, enquanto a vida pede arrego em Calais?

Repreensão,... Reprimenda,... Indiferença, talvez...

A Selva de Calais é pimenta aos olhos do mundo,

E quando seu lobo francês dá na Veneta

O ataque vem à francesa ou vem do mar...

Calais, calais em seu acesso de loucura!

É insanidade pura

Sua irrupção no ponto mais estreito do Canal da Mancha.

Porque a guerra é no planeta

E nem o gás utilizado pelas forças policiais,

Nem a entrada violenta do mar,

Nem a pancada forte da impiedade humana,...

os faz recuar.

Calais em Calais, favela globalizada.

No Rio, todas elas já foram ‘pacificadas’...

Pedante, o governo diz, a sua moda francesa:

“_A crise migratória que a tantos já matou

no Oriente Médio e na África

Não é um problema meu”.

Que se danem! Quem se importa?

Se manchas brancas ficam a boiar

Ou se negras manchas ficam a marcar o chão da intolerância...

Calais, vozes em Calais...

Se todo o horror da tragédia humana

E o nojento da ação desumana, permite,

Seja exibido em todos os jornais.

Ainda que audacioso o suscitar dos sonhos

Foi o frágil corpinho de uma criança

Que ao mundo revelou

A fazer surgir, encorajar e provocar a esperança.

Mesmo na dor de Calais

Ainda há vozes a mais

Que a indiferença não calou...

By Nina Costa, in 07/09/2015

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Nina Costa

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Comentários

  • A indiferença não cala as vozes, ela, simplesmente não as ouve. Triste, real e lindo, Nina!

    • Verdade, amiga. Verdade...

      Mas nós, como poetas, não podemos nos render à indiferença.

      Beijos!

      Nina

  • Maravilhoso seu apelo e revolta Nina!

    E nós tão impotentes sem nada a fazer

    Me emocionei,querida

    Beijosssssssssssssssss

    • Obrigada, amiga!

      Ante ao nome do lugar "Calais", fiz um trocadilho com o imperativo do verbo "calar", refletindo a dura realidade da ganância, intolerância e crueldade humana.

      Como poetas, não podemos nos calar...

      Beijos!

      Nina

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