Declínio do silêncio

Desceu a noite pelo desfiladeiro das minhas solidões
Atrofiando a luz cozinhada numa luminescência tão desvairada
Desamparante e banal desejo enviuvado naquele assertivo abraço
Onde chuleei a vida apaladada, cativa deambulando sempre esquiva

Quão restritiva deixei esta missiva numa lerda rima embaraçada
Arrulhando cada palavra pendurada neste glutão silêncio esquivo
Ao aplainar a memória desembocando contemplativa a cada guloso
Beijo que recordo entre os detritos da saudade mais retentiva

E enquanto boca a boca respiram nossos desejos degusto aquele
Sorriso inesperado atapetando um murmúrio tão exclusivo, desenhando
O prosaico verso alimentando o alfarrábio deste amor quase imperativo

Jaz heróica a noite arejando o enredo intimo desta estrofe confinada
À elegância das tuas gargalhadas bem articuladas, atordoando o dia
Que se avizinha blindado a esta ilusão tão minuciosa…tão resignada

Frederico de Castro

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Frederico de Castro

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Comentários

  • This reply was deleted.
    • Grato sempre pelo carinho e gentileza

      Abraço poético

      FC

  • O silêncio ele próprio tem seus momentos incompletos onde ele precisa gritar, as lindas e belas palavras aqui escrita são gritadas pelo coração que não silencia, enverante ao amor

  • Fabuloso excelente ameiiiii
    • Grato sempre pela sua visita e amabilidade Meire

      Votos de dia feliz

      FC

  • This reply was deleted.
  • Aplausos!!! Belíssima obra. Um forte abraço Poeta Frederico.

    • Obrigado pelas amáveis palavras Ricardo

      Votos de dia feliz

      FC

  • Muito gosto em ler teu poema, poeta FC. Parabéns
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