Enxada


Mãos ásperas de um passado tão presente
Que raia do nascer do dia
Aos carcarejos das galinhas.

Saíndo cortando neblina à frente,
Logo bem cedinho, com a marmita
Bem quentinha

Vendo a esperança e futuro 
Daqueles que esperam o alimento
À custa de uma enxada

Que ensina as coisas da vida

E muitas vezes sofrida,
Mas nunca desanimada.

A dignidade tem nome de suor,
De roçado, e das léguas 
Caminhadas para ganhar o pão

Mas também tem a alegria
Que contagia toda uma família
De uma nação.

Jilmar Santos

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Comentários

  • "A dignidade tem nome de suor, / De roçado, e das léguas / Caminhadas para ganhar o pão" - sem querer, você descreveu a história da minha gente! Obrigado! Descreveu-a lindamente, Jilmar!

    • Essa história também é da minha gente, poeta. Obrigado!
  • Parabéns Jilmar Santos, belíssimo poema!

    • Obrigado, poeta Everaldo!
  • Fiquei emocionado com as palavras do seu poema meticulosamente elaboradas. Congratulações pela beleza apresentada.

    • Fico muito feliz com seus comentários, poeta SAM! Servem para a construção de cada caminhar nessa jornada poética.

  • Maravilhoso texto Jilmar...de fato a dignidade

    tem nome e suor, tem sofrimentos e desanimos

     mas sobretudo para quem nunca desanima, tem sempre muita alegria

    Aplausos

    FC

    • Verdade, poeta! Obrigado pela visita!

  • Que bonito amigo Jilmar, ao mesmo tempo triste, pois o povo luta madrugando para por na mesa uma côdea de pão e, os nossos governantes nada fazem além de roubar. Bela poesia, abraços lusitanos.

    • Muito obrigado, Cris! Tenho muitas lembranças disso tudo.

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