GOTA DE ORVALHO

Uma gota de orvalho

Balouça frágil, insegura

Sobre a pétala de uma  flor

Oscila mas tenta manter-se

Em instável equilíbrio

Pra permanecer altaneira

Dançando com muita graça

Qual bailarina charmosa

Resiste por algum tempo

Mas depois de luta ingente

Despenca para o vazio

Desfaz-se em mil fragmentos

Findando seu existir

Como se sido tivesse

Imolada a um deus pagão

Ávido por seu sacrifício

A espalhar sua fragrância

A espargir o seu frescor

Qual lágrima de jovem donzela

Abandonada na flor da idade

Por seu primeiro e único amor

F J TÁVORA

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Comentários

  • Assim como a bailarina, vivendo a instabilidade das primeiras experiências amorosas, nós também, quantas vezes, somos pingentes, igualmente à gota de orvalho "balouçando".
    Belos versos, Francisco! Bela linguagem!

    • Prezado amigo poeta Rofatto, fiquei deveras feliz com seu abalizado e percuciente comentário.
  • Muito bonito amigo FJ Távora, o desprender de uma gota de orvalho, belíssima comparação, parabéns, abraços.

    • Cara poeta Cristina, fiquei deveras feliz com seu alentado comentário.
  • This reply was deleted.
  • Algumas coisas são mais efêmeras que outras e, por esta razão são mais preciosas.

    Lindo poema!

    Destacado!

  • This reply was deleted.
  • Parabéns, gosto muito de ler o que escreve!

    3687415?profile=original

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CPP