Uma gota de orvalho
Balouça frágil, insegura
Sobre a pétala de uma flor
Oscila mas tenta manter-se
Em instável equilíbrio
Pra permanecer altaneira
Dançando com muita graça
Qual bailarina charmosa
Resiste por algum tempo
Mas depois de luta ingente
Despenca para o vazio
Desfaz-se em mil fragmentos
Findando seu existir
Como se sido tivesse
Imolada a um deus pagão
Ávido por seu sacrifício
A espalhar sua fragrância
A espargir o seu frescor
Qual lágrima de jovem donzela
Abandonada na flor da idade
Por seu primeiro e único amor
F J TÁVORA
Comentários
Assim como a bailarina, vivendo a instabilidade das primeiras experiências amorosas, nós também, quantas vezes, somos pingentes, igualmente à gota de orvalho "balouçando".
Belos versos, Francisco! Bela linguagem!
Muito bonito amigo FJ Távora, o desprender de uma gota de orvalho, belíssima comparação, parabéns, abraços.
Algumas coisas são mais efêmeras que outras e, por esta razão são mais preciosas.
Lindo poema!
Destacado!
Parabéns, gosto muito de ler o que escreve!