LAMENTAÇÃO

Só eu sei da minha dor, 
Este chicote que me golpeia, 
Onde o pobre aos olhos estultos, 
Parece mesmo uma doença, 
Visão que entende o pranto, 
De todas as vezes que não tive, 
O que a escassez me tirou, 
Na grande trama da vida, 
Resistência do preconceito maldito, 
Espelho da dignidade ultrajada, 
Nos conceitos dos senhores, 
Donos de uma sociedade sórdida, 
Cada vez mais sangrenta. 
Só eu sei o que bem sei, 
Se sobrevivi é um milagre, 
Muitos se perderam no caminho, 
Este desalinho do destino, 
Muitas vezes sem escolhas, 
Que fazem rangerem os dentes, 
Buscando a esperança escondida, 
Nos braços da morte, 
Eterna mãe bendita, 
Invólucro dos destemidos, 
Banhado pela última lágrima, 
Protesto silencioso que se cala, 
Para o alívio dos hipócritas, 
Em seus castelos de vidro. 

Sirlânio Jorge Dias Gomes

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Sirlanio Jorge Dias Gomes

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