- quando o absurdo deixou de ter limites...
Longos dias tem estes silêncios mais indescritíveis
Matam a chama da alma madrugando no pavio das solidões mais
Imedíveis…minguando como a lua nos seus quartos secretos e iludibriáveis
Morrem por fim os adjectivos mais funestos deste silêncio
Quase imperial e irreconciliável tão voláteis quanto o voo da libélula
Desaparecendo pelas sombras do dia sussurrando inflexível e inolvidável
Abstêm-se todos os surdos gritos sentidos no sigilo da madrugada
Tão irrevogável para assombro da luz que ateio à chama mortiça
Ainda que perplexa, tão ígnea, fatal, tangível…até o silêncio enfeitiça
Esvaem-se todos os silêncios no fado do tempo que me é tão imprescindível
Pecúlio da fé que ainda alimento em cada reavivante verso apetecível
Exposto à fúria de uma hora que morre lenta, lentamente irresistível
Frederico de Castro
Comentários
Excelentes versos colocando em evidências a realidade. Parabéns, Frederico!
Um problema causado pelas mentes gananciosa e pela ambição do próprio ser humano. Boa part do mundo se obtem vantagens de tudo isso
Obrigado amigo pela sua presença e comentário
Revelo neste poema minha dor e frustração
Abraço FC
Os minutos são anos... E s días , sicolos, nessas situações.
Vivi muito perta diso.
Em carne propia.
Não há palabras, quando chega um momento nelque a resignação e a aceitação como "normal" por ser habitual, se faz presente e dona de esas pessoas -e de quem vive isso com elas-. A sensação de indefenção, frustração... é ... Terrível.
Fere, fere, fere.
E como diz Sam, todos somos responsáveis...
Temos muito por pensar e fazer ainda...
Mas não perdamos a esperança...
Saber que se pode, saber que se quer...
E que tem voz em nossas escritas, rasgando seus silêncios e gritos afogados.
Bravo.
Parabéns, amigo.
Felicidades.
Grato Maria pela consideração que mostrou neste texto
e partilhar desta mesma dor e frustração
Abraço fraterno
FC
Enquanto isso, no Brasil, milhões de brasileiros perdem tempo e dinheiro com BBB e com Carnaval. Certamente somos, co-responsáveis pelo mundo que nos cerca e evidentemente pelas pessoas que nos cercam também. Querer um mundo justo e solidário não significa que ele o seja a partir apenas do querer, é preciso mais que isso, é preciso tomar atitudes solidarias. Seu escrito é um presente, em tempos de tanta ambição e, desinteligência.
Grato poeta por partilhar seu pensamento comigo
e comungar da mesma dor
Abraço fraterno
FC
Grato amigo Zea pelo poema e partilha de pensamento
Meus sinceros votos de dia feliz
FC
Frederico, relutei vir, novamente, pois o poema é cortante e a imagem fere a alma.
A pouco falava de paz num poema de Zeca, a imagem de teu poema, demonstra a desigualdade das riquezas, a falta de amor, a desumanidade e muitos outros aspectos.
É de sangrar a alma.