Medo.

Medo...
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Hoje eu senti medo.
Um medo inexplicável que surge e se vai...
Ou esvai - se em meio ao turbilhão do dia-a-dia.
E um vazio surgiu em meus pensamentos
Como se o tempo parasse , estático, inerte...
E eu continuasse a observá -lo passar em câmera lenta. ..
E todos meus sentidos se aguçaram
Numa percepção descontrolada das coisas que aconteciam ao meu redor!
E na cadeia dos pensamentos as imagens passavam rápido : meu filho que foi acampar, o homem que eu amo,
a saída intempestiva pela manhã após uma discussão com minha filha.
E eu senti medo.
E as lágrimas rolaram sem que eu pudesse controlá -las .
Assim como rolaram pela face de minha filha diante de minha incompreensão.
E eu queria despedir de meu filho, beijar o meu esposo, pedir perdão a ela pelas palavras duras.
É como se as cenas se desenrolassem para que eu visse o quão pequena sou
E o quanto desperdiço nossos momentos com tolices e brigas fúteis
E eu senti medo.
Como se não tivesse mais tempo para dizer simplesmente: EU TE AMO!
.
Maria Angélica de Oliveira  - 22/09/18

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Angélica

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Comentários

  • Enquanto a personagem se viu pequena, eu a vi, simplesmente, humana. Belíssimo!

    • Obrigada Marso!

  •  

    Bem inspirados seus belos versos.

    Renderam minha admiração e estes

    Aplausos. 

    • Obrigada José Lopes!

  • O cotidiano é assim, tal mostra a realidade.

    Parabéns pelo momento de concepção deste texto.

    • Obrigada Edith querida!

  • Às vezes, Angélica, exatamente como seu texto sugere, é o lustro das lágrimas que nos permite ver com mais clareza os fatos cotidianos.

    E o medo vem na esteira da consciêcia do quanto estamos nos desviando, por tolice, por vaidade, por orgulhos, do que nos seja verdadeiramente importante.

    Seu texto vem como solidária advertência. Poética advertência!

    • Obrigada Edvaldo pelo carinhoso comentário! 

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