O genoma da solidão

Em algum lugar do mundo fecundo uma molécula
Deste silêncio onde gesta uma hora
Pungente, impune, tão indigente

Recrio o genoma da minha solidão para
Que os genes dêem vida a cada palavra
Projectada na mais fiel e anatómica ilusão

Em coesão todos os beijos embebem-se
Do teu DNA num frenético e cromossómico
Lamento alimentando os cloroplastos do amor zigótico

E na réplica dos desejos recai em nós todo
Simbiótico momento de paixão recriando ali
Este osmótico momento de silêncio em explosão

Inútil e ferida a noite povoa todas os organitos do meu
Mundo poético procriando e alimentando aqueles centríolos
De solidão onde apascento cada ribossoma em servidão

Frederico de Castro

Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

Frederico de Castro

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Comentários

  • 14194398?profile=original

  • 13362079?profile=originalEncantada,poeta!!

    • Obrigado Ciducha pela singela mensagem

      Votos de dia feliz e em paz

      FC

  • 13361935?profile=original

    • Obrigado Angélica pela carinhosa mensagem

      Dia feliz

      FC

  • Parabéns, poeta amigo, pelo maravilhoso poema, sou seu fã incondicional.

    Além de exímio poeta, és um profundo conhecedor de genética...

    Fecundaste uma molécula e ela cresceu, cresceu e deu lindos frutos(versos)...

    Minhas sinceras reverências.

    Abraços, paz e Luz!!!

    • Grato pela visita amigo Ilario e estimada mensagem

      Abraçpo fraterno

      FC

  • Esse é um DNA completo da poesia. Lindíssimo, Frederico!

    • Obrigado amiga pela presença constante e gentileza

      Bem haja

      FC

This reply was deleted.
CPP