O PRIMEIRO AMOR DA MINHA VIDA

Descendo pelos degraus da noite

Eu chego ao teu pequeno quarto

O amor ainda resiste na carne surrada

Sob os trapos de uma princesa em cacos

 

Teus olhos embriagados me fiscalizam

Fecham-se me convidando para te amar

E desfrutar do que ainda resta em ti

Depois que o mundo te triturou toda

Em suas engrenagens untadas com sangue

 

Eu sei que por ti eu tenho o amor mais sincero

Pois nada de ti mais espero além da permissão

Para explorar tuas minas escassas de diamantes

Mas eu me contento com o musgo em tuas rugas

 

Deixei a dois andares acima de nós outras possibilidades

Para estar aqui e velar teu sono pesado em meus braços

Não menosprezo o primeiro amor da minha vida

Ainda que rios de vinhos e ilusões tenham nos separado

Eu voltei para terminar o último beijo interrompido

 

Não vou vasculhar o fundo do teu bolso da memória

Para encontrar vestígios das muralhas erguidas

Apenas deixe-me passear entre as úlceras da tua pele

Para que meu carinho possa curar as feridas da tua alma

 

Cláudio Antonio Mendes

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Comentários

  • Um belo poema que traz nas lembranças os ais belos efeitos de um ontem que o amor aconteceu, os sentimentos ainda no coração

  • Nunca se apaga a candeia de uma alma, por mais sofrimento que ela passe.

    Lindíssimo!

    Destacado!

  • Poesia em nível de excelência, Claudio! O mais alto nível!

    Cada imagem sugerida é de uma riqueza poética singular!

    Sinceramente agradecido por ler obra tão bonita!

  • Parabéns!

    Felicidades!

    Simplesmente magnífico, espectacular, mais que bom e belo, muito belo.

    Obrigada pelo presente e honra.

  • Poeta Claudio poesia

    com uma profunda beleza poética abraço...

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