Poema eterno

Poema eterno

Quando anoitece e sozinha me encontro,
A voz da saudade me aluga com força
Imóvel o tempo, parece, reforça
Que só o amor vale tudo na vida
Na vida de quem Deus é tudo, é o centro.
A saudade é um quê de tempero do amor,
Ainda que sangre no peito uma dor,
Teu riso é paz onde encontro guarida.

Eu levo esta imagem qual bela gravura,
A mais preciosa do meu pensamento,
Aquela que é luz, meu perfeito alento,
Na rotina que traço no meu dia-a-dia.
Eu perco a razão, desatino em loucura,
E te busco lá fora num raio de lua
E nessa saudade que é minha e que é tua,
Me entrego ao fluir desta luz, fantasia.

Recordo de ti, tua tez tão macia,
O toque das mãos, tua força que amo,
O beijo que sonho, que peço e que clamo,
Na margem das águas, na areia tão branca
No embalo da brisa que terna assovia
Pr'almas que ali coraçao, coração,
Se sentem no céu da mais pura emoção
Vivendo a magia do amor que encanta.

Eu longe de ti sou um ser sem sossego,
Reviro as lonjuras planando nos ares,
Sem ser passarinho ou gaivota nos mares,
Contigo me encontro nos sonhos mais lindos.
Se longe de ti e do teu aconchego,
Eu sinto o vazio me batendo no rosto,
A dor da saudade e um certo desgosto,
Trotando minh'alma em luares infindos.

Oh! Deus do Universo, poder, majestade,
Conceda-me um dia o mais doce alento
Nos braços do amor o desejo sedento
De um beijo ardente, tão puro, e tão terno.
Um instante sublime nesta realidade,
Que hei de guardar na memória sem corte
Até que me abrace as garras da morte,
Mas viva este amor num poema eterno.

Edith Lobato - 19/02/16

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Edith Lobato

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Comentários

  • Passar por sua página é reabastecer nosso íntimo de belas

    poesias, onde não faltam a emoção, o sentimento mis profundo!

    Aprendemos com você, grande poeta! Parabéns!

  • Estive aqui percorrendo o seu surpreendente ambiente cultural e deliciando-me do seu magnífico trabalho. Cumprimentos por tudo que faz pela poesia e pela nossa cultura.

    • Obrigada Sam, pela leitura e por tua apreciação escrita.

  • Talvez não seja lícito questionar o quanto de imaginação e/ou de experiência é necessário para escrever certeiros versos de amor!

    Não é licito, posto que a obra deve falar por si mesma, na sua dimensão criadora de lirismo - independentemente da sua fonte..

    Mas, certamente, pode-se aquilatar a sensibilidade de quem escreve, empírica ou imaginariamente, as palavras que repercutem fundo em nós mesmos.

    Nessa obra, há uma confissão tão plangente que identificamos, de pronto, a sorte de amar tanto, ainda que a saudade seja o efeito final do amor.

    Quantos conseguirão imaginar um sentimento tão grandioso? Quantos poderão vivê-lo de fato? Seu poema nos alerta que o amor, expresso em absoluto no seu lirismo, é para os eleitos. (E sendo o amor menos que a medida do seu lirismo será insuficiente.)

    Linda poesia que nos interroga e nos comove, Edith!

    • credito, Edvaldo, que existem momentos na inspiração de um poeta que é como se ele fosse envolvido por uma luz extraordinária e, então, a composição se concretiza na sua forma mais poética e líríca.

      Agradeço-te a leitura e o maravilhosos comentário sobre mue trabalho.

      Gratidão.

  • "Oh! Deus do Universo, Poder, Majestade"... O poema inteiro é um Primor, mas o Final você Arrasou, poetisa... Quão Lindas palavras... Brilhante! Parabéns!

    • Obrigada Alcebíades pela tua leitura e comentário.

      Gratidão.

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    • Obrigada Marcia. É um prazer ter você aqui.

  • Linda inspiração poética Edith parabéns...

    • Obrigada Eudalia, por ler meu trabalho.

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