OUTONO

Eri Paiva

Tudo, na vida, é como, cada um, vê e sente,
Ou como, cada um, aprendeu a olhar...
O outono, que da natureza, é um presente,
Incomoda alguns, a outros, faz acalmar.

Há quem só tristeza vê, nesta estação,
De noites, além de prolongadas, frias;
De cinzentos e curtos dias,  folhas ao chão,
Das árvores, como sem vida, sombrias!

Quem à aparência se prende, por certo diria,
Uma estação, sem graça, sem  beleza!
Um tempo tedioso, de ociosidade e moleza,
Alimentando vãos momentos de melancolia.

Outono! Lição de desapego e desnudamento,
Tempo de deixar ir o que não mais convêm!
Até os esforços em favor do próprio crescimento
Deixe-os ir! Buscar novos, revitaliza e faz bem.

Outono! Um tempo de amadurecimento,
Não só dos frutos, mas da vida como é feita:
Dispor-se a rever o que da vida fizemos,
É antever, na próxima estação, qual nossa colheita.

Veja-se o Outono, em sua plenitude,
Um sutil e generoso convite à introspecção!
Em manhãs cinzentas, uma doce quietude,
Faz a alma sábia e mais feliz o coração!


Natal/RN  -  Em 20. 04. 2016

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Comentários

  • Obrigada caro poeta!

    Muito bom ter os teus comentários! Bj

  • Sensacional!!!

    3608853?profile=original

    • Angélica, obrigada querida.

      3608982?profile=original

  • Singro o oceano sem passar por tempestades!

    • 3608973?profile=original

                        

  • 3608890?profile=RESIZE_1024x1024

    • Poema exuberante, Eri. Beleza ímpar! Bjs

    • Eita Marso, arrasou! Obrigada.

      Ficou mais que belo meu poema, Ameiiiii

      3608978?profile=original

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