Saí um dia, para caminhar,
Soltar o meu sangue das veias,
Não vi alma viva a passar,
Pus-me a falar com as areias.
...........
Sussurram baixinho,
Para que eu me despisse,
Que seu pó era fininho,
Faziam que ninguém me visse.
............
Achei uma ideia louca mas,
Só estava eu mais o deserto,
Então tirei a roupa,
Deixei-o boca e aberto.
...........
Deitei-me com a dunas,
Em mim, começaram a mexer,
Como se fossem agulhas,
O meu corpo queriam coser.
...........
Rolei nelas, como uma pena,
Senti os meus seios a voar,
A minha alma ficou serena,
Tranquila por sonhar.
.......
O peito até sangrava,
Com a erosão do areal,
O fluido que me molhava,
Me tornava imortal.
...........
Era areia na boca...
Da cabeça até aos pés,
Que ideia tão louca,
De não saber quem tu és.
............
Cristina Maria Ivens-26-10-2016
Comentários
São próprios da alma poética esses devaneios loucos!
tua poesia me encanta, querida Cristina! Bjs.
Pensamento é a soma total dos nossos processos intelectuais, ou imaginações. Dentro do nosso corpo existe uma complexa rede de nervos que funcionam como fios telefônicos enviando para o cérebro as mais diversas mensagens recebidas através dos nossos cinco sentidos. O cérebro recebe as mensagens, agrupa-as, escolhe as que são mais fortes, classifica-as e produz o aforismo. Assim nasceu (Um Momento Louco) !!!
Qual poeta não ideias loucas assim? Quanta mais louca mais a poesia é linda! Amei! bjs
Ah...primoroso momento de loucura
Genial Cristina, meus aplausos
FC