I Oficina de Rondó simples sobre um estribilho

Rondó simples

 O rondó é um poema de forma fixa, também de origem francesa. Há rondós de vários modelos.

O Rondó simples tem três estrofes, sendo duas quadras e uma sextilha, com metade do verso inicial a se repetir no final da segunda quadra e da sextilha.

As rimas devem ser cruzadas nas quadras, com uma terceira rima na sextilha, pontuada no verso 4 e 6. Os dois versos iniciais da sextilha obedecem à rima inicial na condição emparelhada, o terceiro e o quinto verso obedecem à segunda rima na condição cruzada.

Assim, o poema segue o esquema rímico: ABAB/ABABd/AABCBCd, onde o d representa o refrão. Segue, como exemplo, um Rondó de Manuel Bandeira, bastante conhecido.

RONDÓ DE COLOMBINA

           De Colombina o infantil borzeguim    (A)
           
Pierrot aperta a chorar de saudade. (B)
      
O sonho passou. Traz magoado o rim,  (A)
     
Magoada a cabeça exposta à umidade. (B)

     Lavou o orvalho o alvaiade e o carmim.  (A)
       
A alva desponta. Dói-lhe a claridade    (B)
 
Nos olhos tristes. Que é dela?… Arlequim (A)
        
Levou-a! e dobra o desejo à maldade  (B)
                         
De Colombina.                    (d)

          O seu desencanto não tem um fim.    (A)
      
Pobre Pierrot! Não lhe queiras assim.   (A)
  
Que são teus amores?… — Ingenuidade  (B)
        
E o gosto de buscar a própria dor.       (C)
     
Ela é de dois?… Pois aceita a metade!  (B)
     
Que essa metade é talvez todo o amor  (C)
                              
De Colombina…              (d)

Manuel Bandeira, in Carnaval.

Regras

1. Todos os membros podem participar, a oficina propõe-se ao aprendizado;

2.Permite-se comentários sem imagem

3.Os textos devem ser postados no formato escrito;

4. Cada participante, após compor seu Rondó, deixará um pequeno verso que, servirá como estribilho à composição do próximo participante.

Boas composições!

 

Para adicionar comentários, você deve ser membro de Casa dos Poetas e da Poesia.

Join Casa dos Poetas e da Poesia

Enviar-me um email quando as pessoas responderem –

Respostas

  • Próximo estribilho: O som quando afinado tece mantos

  • O destino.

    Na vida nada vem gratuitamente
    Tudo que se vive tem um preço
    Que a gente paga continuadamente
    Como se viver fosse um eterno recomeço.

    Quantas vezes, eu já paguei indiferente
    Sem querer nem saber se é o que mereço
    Outras vezes eu sou tão intransigente
    Pago com tanta raiva que adoeço.
    Nada vem gratuitamente...

    Mas o destino da vida é insistente
    Cobra com juros contundentes
    Sem se importar o tanto que padeço
    Para por cada uma das minhas alegrias
    Ele vai tirando um a um os adereços
    Que dá brilho e luz as minhas fantasias.
    Nada vem gratuitamente...

    Marsoalex – 05/01/2019

    • Não existe preço para ler boa poesia. Grata por este momento gratuito. Parabéns!

    • 669444975?profile=RESIZE_930x

  • This reply was deleted.
  • Próximo estribilho.

    Numa taça de vinho, diariamente...

  • Na imaginação

    Na imaginação meu coração,
    é sempre para ti meu bem amado,
    delícias do amor, pura emoção,
    um sonho que ficou inacabado.

    De tudo ficou só recordação,
    E lágrimas no verso constristado.
    As flores do jardim caídas ao chão,
    Tornaram-se lendas do passado,
    Na imaginação.

    Neste castelo cheio de ilusão,
    Caiado de total desolação,
    O tempo se tornou mal assombrado.
    Às vezes minha alma chora e grita,
    No verso soluçante alucinado
    Mas hoje esse amor, somente, habita
    Na imaginação.

    Edith Lobato - 25/09/18

    • 136313259?profile=RESIZE_930x

  • This reply was deleted.
This reply was deleted.
CPP