Respostas

  • Olá poetas!

    A oficina continua aberta para quem desejar compor um conto sobre esta imagem.

    Insipirem-se!

  • Amiga gata Neneca

    Dona Viviane ama gatos.

    Até os que são deixados na rua ela procura dar um destino certo para eles. Leva para casa, cuida dos bichinhos e depois vai procurando alguém para adotar.

    Os gatinhos pretos são os mais azarados, parece que pouca gente gosta deles.

    Há pouco tempo apareceu uma linda gatinha preta no jardim da Dona Viviane, estava toda machucada, alguém tentou matar a bichinha. Pois é que a senhora pegou a bichinha, cuidou, castrou e ficou com ela.

    De vez em quando aparece uns gatos na casa de dona Viviane, querendo namorar a Neneca. Neneca é o nome da gatinha negrinha. É preciso esconder a gatinha para que ela não seja estuprada. De vez em quando até no reino animal encontramos a perversidade contra o sexo feminino. Os machos se acham donos e se acham no direito de bulir com a fêmea, mesmo ela não querendo

     Mas a Neneca é muito esperta, ela conseguiu fazer um buraco debaixo da proteção do sofá da sala e entra nesse vão e fica lá bem quietinha, quando, ouve miados e intui qualquer perigo.

    Acompanhando a vida dos felinos, dona Viviane conseguiu aprender muita coisa, inclusive sobre cada tipo de miado, que eles fazem em dado momento querendo alguma coisa. E ela observou que a Neneca fez amizade com outro gato também castrado. E de vez em quando correm pelo quintal, brincam e se fazem companhia. Como pode um animal com a sua inteligência, saber bem quem pode ou não lhes fazer mal. Os dois gostam de ficar fazendo festa em noites de lua cheia, aproveitando a claridade das bela noites da lua, nessa fase. A Neneca aproveita que o amigo está por perto, e sobe até no telhado da casa, ela gosta de ficar vendo a lua, dá para notar que ela fica feliz. E dona Viviane fica embebecida contemplando a sua negra gatinha e seu comportamento atípico, diferente de todos os outros gatos.

    Outro dia dona Viviane deu falta da gatinha amada. Ficou triste procurando e nada de encontrar a gatinha, de pêlos negros sedosos, alegria da casa. Passado uns três dias ela foi arrumar algumas roupas no guarda roupa do quarto de visitas, e qual não foi a sua surpresa ao encontrar a sua gatinha morta dentro de uma gaveta meio aberta. A gatinha havia sido envenenada e morreu dentro de casa, no conforto de seu lar, do carinho de sua dona.

    Foi uma choradeira danada, o amigo da Neneca ficou muito triste também por dias inteiros.

    A saudade da Neneca se faz sentida até hoje, uma preciosa gata, de pêlos negros, que poderia ter sido morta na rua, por puro preconceito com a sua cor, por superstição, ou mesmo caçada para se fazer algum trabalho em algum terreiro de macumba. A lua no céu perdeu uma admiradora, ela foi para o paraíso das alminhas do gatos, mas as lembranças e fotos, a dona Viviane guarda com carinho.

     

    31/10/2018

    Norma Aparecida Silveira de Moraes

     

    • Que final triste para a Neneca! 

      Aplausos elo teu conto, Norma.

    • Não sei ainda está em tempo, fiquei uns dias sem entrar na CPP, mas hoje lendo meus e-mail encontro este tema que tanto amo...

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  • Oi gente. Agora que recebi sobre o conto ou causos. Gosto do tema. Sorrisos. Ma sestava sem encontrar o espaço. Agora achei!!!! Obrigada. 

    Vou escrever a noite..... Abraços meus

    • Ótimo, Branca.

  • Alguém mais?

  • A última casa da rua principal

     

    D. Joana ficara sozinha após a morte de seu companheiro. Nunca gostou de festas, se esquivava do meio social, pois não gostava de aglomeração. Morava na última casa da rua principal da comunidade chamada de Pau D’água.

    Nunca foi vista fazendo compras nas tabernas da comunidade vizinha, constantemente, estava vestida do mesmo modo. Usava saia longa lisa e reta até os pés, uma blusa de tecido floral bem triste, de mangas longas ou três quartos. Na cabeça, tinha sempre um turbante preto, o que lhe dava um ar de austeridade.

    Caminhava com o auxílio de uma bengala e, volta e meia, ela cuspia como se borrifasse o cuspe da boca para fora, o que indicava que ela mascava tabaco. Sua casa era, igualmente, sombria, não abria as janelas e recebia suas visitas, sempre, na varanda.

    Havia algo estranho em D. Joana, ela nunca se sentava para prosear com seu visitante, era monossilábica na conversa e, ficava de pé apoiada na bengala. Talvez esta fosse uma atitude indicativa para o visitante não se demorar.

    Moradores da comunidade tinham receio de manter uma boa vizinhança. Mantinham distância até dos gatos que andavam sobre a cerca de madeira que rodeava a casa. Diariamente, viam-se fumaça saindo pela chaminé da casa e todos indagavam sobre o que tanto aquela mulher misteriosa fazia.

    Alguns moradores diziam que ela servia carne de gato aos visitantes que ficavam para o almoço quando convidados. Um dia, por puro acaso, Eurico foi visitá-la, chegando à porta bateu palmas, uma, duas, três e nada de D. Joana aparecer.

    O rapaz, intrigado pelo fato de que ela não saía de casa, buscou descobrir se havia algo errado, ao se agachar e olhar pela portinhola por onde os gatos passavam, viu a senhora caída ao chão. Imediatamente, pediu ajuda de um vizinho, deste modo abriram a porta para descobrir a senhora rodeada pelos gatos, completamente desorientada.

    Joana foi levada para o hospital da comunidade vizinha, lá o médico que a socorreu, diagnosticou derrame e infarto, mas, infelizmente ela não resistiu e veio a óbito na tarde do seu internamento. Eurico voltou a casa e descobriu uma carta dentro de um livro de receitas de geleias que ficava sobre a mesa da cozinha. Na carta ela dizia que como não tinha filhos e sendo Eurico a pessoa que mais a visitava, deixava sob sua tutela os 21 gatos e todo o estoque de geleias de pororoca, pimenta e tamarindo.

    Eurico tratou dos tramites do velório e do sepultamento. Mudou-se para a casa sombria para cuidar dos gatos, mas os gatos, um por um foram morrendo. A casa ganhou pintura e um jardim na frente. Aquele ar austero, agora, fazia parte do passado.

     

    Edith Lobato

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