AMOR PLATÔNICO
Um dia chorei de tristeza e alegria.
Os meus olhos cheios de melancolia
Pela musa do meu pensamento,
Que se quer fez contentamento
Da minha poesia, do meu canto!
A aflição que se transformou em prantos.
Quando a vi a rosa desfolhada,
A mais linda e perfumada.
O coração bateu forte, despedaçou!
Sentir a alma que transfigurou,
Saindo de mim, mas logo voltou.
Ela era meiga, toda gentil...
Meio menina, meio pueril.
O vento a trouxe seu perfume,
Os deuses levaram ao cume!
Sua boca de garota mimosa,
De fala harmoniosa.
Lábios de querubim,
Como queria ela pra mim!
Senti uma louca paixão
Que abalou meu coração.
Nunca mais pude vê-la,
Mas um dia vou tê-la,
Mesmo na minha poesia
Para encher-me de alegria.
Desse amor louco e platônico
Que ainda me deixa atônito.
Quando paro para pensar.
Mello Carvalho