Posts de Cristina Maria Afonso Ivens Duar (295)

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Provocação

Embaraças-me com teu olhar faminto, sequiosa pelo meu odor masculino, inconformado com a fome que eu sinto, desfaleço com tudo o que é feminino. Rasgo o meu prazer em pedaços, esfrego na tua boca provocadora, sinto-me a levitar com os pés descalços, pela tua alma suave e sonhadora. Vem se és capaz de me atentar lentamente para não perder o chão, sou bem capaz de poder arrebentar, assim que tu me puseres as mãos. Cristina Ivens Duarte
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Um beijo marcado

Pintei em tua face um beijo, marquei a minha boca em ti,senti no meu corpo um desejo, que nunca na vida vivi.Fiquei com o meu sangue azul, entrou-me o céu nas veias, dividimo-mos o nosso amor, com um beijo dado a meias. Agora somos dois em um, o meu coração é teu, no meu peito oiço um pum, pum, fiquei com o teu corpo no meu. Cristina Ivens Duarte
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Quando o amor morre


Quando o amor morre

Atiras as culpas para mim
de o nosso amor ter morrido
são desculpas de um fracasso
são culpas de um coração ferido.

Se pensas que eu não penso em ti
não pensas com sentimento
atiras as culpas para mim
porque tens fraco pensamento.

Quando não souberes amar
não culpes o teu amor
ateia o lume que faz aumentar
e sustentar esse calor.

E se o amor não resultar
não há culpa, nem desculpas
vence aquele que sabe amar
morre aquele que não escuta.

Porque a culpa é dos dois
pediram desculpa já tarde
de um amor que já morreu
agora é fogo que não arde.

Cristina Ivens Duarte

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O milagre

O milagre

Confinada ao meu humilde quarto escuro
desde os tempos em que eu era uma criança
de minha Mãe herdei uma tragédia
que a cegueira me deixou como herança.

Ao seu colo minha Mãe sempre dizia
minha filha nunca te deixes esmorecer
abre as janelas do teu quarto noite e dia
que a qualquer momento um milagre tu vais ver.

Guardei em mim estas palavras de esperança
do tamanho do sol que só a minha alma sabe
nos meus olhos ainda mora aquela criança
que no coração toda a fé do mundo cabe.

Um certo dia senti-me fragilizada
e senti a minha esperança a fugir
a minha Mãe como um anjo da guarda
me encaminhou ás janelas para sorrir.

Estendi as mãos com o intuito de as tactear
Jesus entrou e gritou "ETERNIDADE"
foi a esperança que me ajudou a levantar
e nos meus olhos aconteceu um milagre.

Cristina Ivens Duarte

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Um gesto de amor

Um gesto de amor

E com este gesto manifesto
o meu amor por ti
sentir os teus dedos tão perto
os meus desejos pressenti.

Era algo bastante intimo
que eu à muito queria sentir
despir o teu corpo inocente
e da tua boca um grito ouvir.

Mas as nossas mãos apenas se tocam
e encobrem os nossos desejos
não passam de mãos dadas
grandes abraços e longos beijos.

Mas eu amo-te tanto
que me contento com tão pouco
vou esperar que o nosso desejo
seja uma noite de amor louco.

Cristina Ivens Duarte

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Serenata


Canto para ti meu amor
choro por ti baixinho
sente a musica por favor
vem à varanda, estou sozinho.

Sente o conforto desta balada
as cordas da minha viola
soltei corações cor de rosa
ficou linda a nossa história.

Assim me faço acreditar
do meu amor por ti
esta loucura de vir cantar
a meio da noite me perdi.

Perdi-me de saudades
de um amor que dura anos
desde a nossa mocidade
que eu te digo que te amo.

Desce dessa varanda por favor
isto é uma prova de amor.

Cristina Ivens Duarte

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Improviso de uma criança


Improviso de uma criança

Nas tralhas do meu sótão
vasculhei entre o cotão
encontrei chapéus de chuva
que invadiam o seu chão.

Sou criança, nunca vi o mar
dos chapéus criei uma imagem
que há muito eu queria brincar.
Sim, era com o mar
sentir as ondas e baloiçar.

Abri todos os chapéus
formei ondas que só eu podia ver
o mar já estava pronto
do barco não podia esquecer.

Não desesperei, alguns chapéus virei
criei um pequeno bote
que me fez sentir criança
feliz, cheia de sorte.

Quando um dia me perguntarem
se o meu mar tem gaivotas no céu
vou dizer que tenho um só meu
construído com chapéus.

Cristina Ivens Duarte

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Murmúrios liláses

Murmúrios liláses

Ofereço aos meus olhos murmúrios liláses
de colheitas de amor e pensamentos desfolhados
confinados só para mim, são leves como aves
que o cheiro a jasmim, deixa os pássaros pasmados.

Legítimos segredos, sem malícia ou dor
contornam o meu corpo docemente baunilhado
que os ventos marítimos carregados de amor
aguardavam por mim neste jardim encantado.

Confinada ao tempo, com tempo sem fim
me perco perdidamente em horizontes liláses
abastecida de encanto que se decifram para mim
como grandes amantes em beijos fugazes.

Com metáforas e hipérboles, desperto a minha libido
numa mistura de prazer, com o encanto do momento
sem querer com audácia, desnudei o meu corpo frígido
e decido apaixonar-me, loucamente pelo tempo.

Cristina Ivens Duarte
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Amor vertiginoso

Amor vertiginoso

Sinto que vou morrer nos teus braços
em teu peito com sindroma vertiginoso
abracei-me e apertei o teu regaço
para alcançar e beijar o teu pescoço.

Mas a náusea e a tontura me consumiam
que o meu medo de partir rodopiava
sentia que os pés do nosso mundo fugia
em teu peito restos de amor vomitava.

Amparaste-me contra a parede flutuante
e percebeste o meu estado de agonia
agonizado com o sofrimento da tua amante
sabias que eu nesse dia morria.

Pedias que tudo deixasse de centrifugar
e deixar em mim rastos de amaciador
para me estenderes no chão a secar
e te lembrares de mim com muito amor.

Cristina Ivens Duarte
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Eu vou-me embora um dia

Eu vou-me embora um dia

Pois, o amor tem coisas assim
nunca acreditas-te em mim
sempre te disse que um dia faria
pensavas que era tudo poesia.


Dizias que ias mudar
fazeres-me mais feliz
em versos te avisava
o nosso amor está por um triz.


Sempre sonhei alto, com um amor
sem percalços, viver assim não queria
era tamanha covardia, perder tempo
com promessas, fiz-te ver que o amor
era feito devagar, mas tu amavas depressa.


Agora vais aprender a ler, o que dizias
ser poesia, acreditar numa mulher quando
ela diz a gritar!
"EU VOU-ME EMBORA UM DIA".

Cristina Duarte

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Há dias

Há dias

Há dias em que o meu olhar só pede flores
mas, chove tanto lá dentro que nem a poesia
cabe em nenhum lugar.
As palavras ficam presas nas minhas pálpebras
e na sua vez, caiem lágrimas de vazio, que
num só trago as engulo, como se de um
bom cálice de vinho se tratasse.
Mas não, está toda arruinada a inspiração,
só vem à mente sinónimos de solidão,
tristeza e desamparo..
Só queria que o corpo se ergue-se
e desse um grito de aleluia aonde a
minha poesia fosse de amor e calmaria.
Sei que há nuvens passageiras que nos cobrem,
como persianas e nos deixam ás escuras
por vários dias, sentindo-nos nas mais
profundas tristezas, capazes de nos transformar
em seres inúteis e incapazes.
Mas é assim, há dias.

Cristina Ivens Duarte

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RESCALDO

Rescaldo


Acredito plenamente na linguagem do amor
quando me envolves no teu corpo desnudado
tenho a meu lado uma fonte de calor
que me deixa em brasa depois de te ter amado.

Me envolvi no teu belo e doce manto
e decifrei cada código da tua pele
tocas-te em mim e tal não foi o meu espanto
que não eras tu, era um favo de mel.

Aceleras-te o passo da nossa dança
senti que por momentos perdi o tino
no teu corpo me senti uma criança
e perdi a inocência de um menino.

Assim ficamos em rescaldo, extasiados
com a viagem que nos esquecemos de comer
naquela cama sorvemos como gelados
todo o suco que um doce pode ter.

Cristina Ivens Duarte

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É triste mas, é verdade

Na tristeza cambaleia o meu olhar
e pergunto à brisa do mar aonde errei
pois se eu sempre gostei de amar
porque me sinto que me afundei?

Estagnei no tempo e nas estações
tanto faz ser verão, primavera ou outono
dentro de mim é sempre inverno
o amor pela vida é insonso e morno.

Acordo com a vontade de voltar a dormir
não quero sonhar, só quero acontecer
levantar-me é algo que não me faz sorrir
porque me falta a coragem de falar em morrer?

Cristina Ivens Duarte

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Quando se ama

Quando se ama


Quando se ama a gente sente
há pólen de amor pelo ar
a pele espirra de sentimento
que deixa o nosso corpo pingar.

Só por amor se adoece
de ver a amada(o) doente
é enfermidade que acontece
é vírus no sangue da gente.

Ama-se a dormir ou acordado
com remela ou cheiro a suor
na troca de beijos tão desejados
fica-se a conhecer o corpo de cor.

Quando se ama a gente sente
o cheirinho a café a chegar à cama
às sete da manhã o amor se põe a pé
para alimentar a sua dama.

Cristina Ivens Duarte

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Beija-me amor

Beija-me amor, não tardes

o meu amor é mel, ele escorre

resta apenas um pingo que arde

que se apaga, se não me mordes.

Fiz colmeias de açúcar para nós

e adociquei a nossa cama

grito de prazer em alta voz

beija a mulher que te ama.

O meu amor é doce, é pegajoso

cola no corpo, invade os lençóis

é dos açúcares o mais guloso

no glorioso mundo dos mortais.

Beija-me amor, não tardes

chove mel na minha boca

vem e canta para mim

"Esta mulher é louca".

Cristina Ivens Duarte

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O tempo não me deu tempo

O tempo não me deu tempo

Queria voltar atrás
atrás no meu tempo
mas o tempo não foi capaz
de me fazer criança a tempo.

Queria brincar com o tempo
com as flores do seu jardim
mas o tempo ficou sem tempo
e fechou os olhos para mim.

Queria sonhar com o tempo
em que eu tinha tranças coloridas
mas o tempo desfez-me os sonhos
e causou-me muitas feridas.

Agora para matar o tempo
não posso mais brincar
porque o tempo não se importou
que eu deixasse de sonhar.

Ser criança é ter tempo
tempo de crescer
se não se der tempo ao tempo
ela acaba por morrer.

Cristina Ivens Duarte
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"Preta Mulher"


"Preta Mulher"

Porque choras minha preta
hoje não é um dia qualquer
é brilho de um cometa
é o dia da mulher.
Enterra a dor do passado
a sete chaves numa gaveta
hoje é um dia perfumado
para toda alma, branca ou preta.
Lembra-te que foi a mulher
que conquistou o paraíso
e nem por um minuto sequer
se esquece do teu sorriso.
És pássaro que levantou
e mostrou a sua bravura
contigo o tempo não aguentou
e se tornou em doçura.
Não chores minha preta
não te deixes alagar
chora apenas quando uma estrela
no céu deixar de brilhar.
Mas hoje não é esse dia
nem é um dia qualquer
transforma as lágrimas em alegria
é o teu dia, "Preta Mulher."

Cristina Ivens Duarte

 

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A vida telefonou-me

Na quimera de um sonho, deixei-me levar

numa estrada sem rumo decidi viver

o céu estremeceu com um toque de telefone

e eu acordei, resolvi atender.

Com olhos ensonados, perguntei quem era

a voz recordou-me um amor do passado

o seu nome era"Vida", esquecido por ela

deixei o telefone, por uns segundos pendurado.

A Vida lamentou por me ter traído

ela sempre foi o meu grande amor

marquei com ela um encontro sofrido

bem junto à fonte do miradouro.

Ela tinha mudado, estava bastante diferente

tinha a lua bem cheia e o céu estrelava 

abracei-me a ela, feliz e contente

junto à fonte disse à Vida, que a amava.

Cristina Ivens Duarte

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A estrada da poesia

A estrada da poesia

Na imensidão e calmaria da paisagem
aonde a vida pára para se ouvir soar
suspendemos o caminhar naquele encanto
junto à estrada aonde a poesia tem lugar.

Nuvens tímidas e chilreares discretos
harmoniosamente combinam com o momento
discretamente aquele lugar tornou-se o tal
que o teu corpo adormeceu de sentimento.

Já o céu se ajoelhava por descanso
e a poesia se espalhava no chão
o vento amainava fresco e manso
que a minha prosa teimava em dizer não.

Nem o eco me fazia desistir
parecia Deus que me estava a cantar
para que eu não me deixasse dormir
e ficar a poesia voar.

Cristina Ivens Duarte

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