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Palavras

Tem escritores que dizem que o que escrevem não tem nada a ver com sua vida real. Eu não sou assim. Quando escrevo, as palavras carregam um pouco (ou muito) de mim... um pouco do que fui, do que vivi... do que estou vivendo no momento ou do que pretendo viver.
Eu escrevo o que sou.
Escrevo o que sinto, o que vejo... o que percebo através de meus sentidos todos...
Isto é bom ou ruim?
Me torna transparente demais? Vulnerável demais?
E daí?
Palavras são apenas palavras.
Será?
É assim mesmo?
Não...
Palavras não são apenas palavras.
Palavras são verdades, ou se tornam verdades... ou são esquecidas...
Palavras trazem lembranças... levam à reflexão...
E por falar em palavras que levam a reflexão, hoje, assistindo a um episódio de Dr. House, o paciente, um rapaz profissional de rodeio, após saber que não poderia voltar a montar novamente, continuou calmo. Dr. House, intrigado com a reação do rapaz perguntou – “Você não disse que estes oito segundos são os mais importantes de sua vida?”
O rapaz, calmamente respondeu – “É verdade. Eu amo montar. Mas você acaba de me dizer que não poderei mais fazer isso. Então, tenho que encontrar outra coisa para amar.”
Estas palavras me levaram a reflexão, me transmitiram força.
Fiquei pensando em alguns episódios de minha história de vida... nos momentos em que tive o ímpeto de desistir de tudo devido à uma perda... de tantas e tantas histórias de pessoas e pessoas que pensaram em desistir e de tantas outras que desistiram por causa de uma perda que naquele momento - muitas vezes crucial – era insuportável.
“...Então, tenho que encontrar outra coisa para amar.”
Vê quanta força estas palavras carregam?
Palavras não são apenas palavras...
Palavras são vida... ou... podem ser morte... depende de como você decide encará-la.
Desilusões sempre existirão... perdas também...
O mais interessante é ter em mente que, não importa o quão difícil seja a perda, sempre poderemos encontrar outra coisa para amar.
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Devaneios

Esta noite eu tive um sonho

Eu ouvia seu chamado

Acordei de madrugada

Meu corpo estava molhado

Procurei o seu abraço

E o vazio me tomou

Eu sentia o seu perfume

Mas você não estava, amor!

Eu sentia a ansiedade

O desejo a me consumir

O sangue fervendo nas veias

E você não está aqui!

Minhas mãos tocam minha pele

Deslizam... sentem o meu calor

Fecho os olhos e imagino

A loucura do seu amor!

Minha pele se arrepia...

Meu coração acelera...

E minha boca espera

Por seus beijos, minha quimera!

O meu pensamento voa

Alucina em devaneio

Na pele eu sinto seu toque

Chego até a sentir o seu cheiro!

E então o cansaço me toma

E fico na solidão

Esperando sentir um dia

O doce toque de suas mãos.

 

Elaine Márcia, Porto Velho – RO, 26.09.15

 

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Recado do beija flor

Eu estava aqui sozinha

Tao triste a me lamentar

Então veio um beija flor

Em minha volta voar

 

Ele chegou bem pertinho

Do meu ouvido e cantou

Ouça bem este recado

Que o seu amor enviou

 

Eu quero sentir o gosto

Dos seus lábios, amor

Quero beber deste néctar

Que jorra do seu prazer

 

Quero sentir o seu toque

Quero ficar com você

Provar do seu beijo

Quero ficar com você!

 

E o beija flor voou

Bateu asas rapidinho

Mas deixou aqui comigo

Seu amor e seu carinho.

 

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Encontro?

É tarde de chuva – confusão!

Tem água na blusa – que emoção!

Ela sai correndo – apressada!

E tem muita gente – na estação!

O trem vem chegando – que sufoco!

O povo entrando - quase louco!

E aquele rapaz – atrapalhado!

De olho na blusa – espantando!

A água deixou – tudo à mostra!

E o rapaz olhou – e gosta!

De longe ele fica – espiando!

E moça bonita – nem notando!

Ele vem chegando – de mansinho!

Seus olhos olhando – com carinho!

E fica bem perto – avexado!

E a moça de pé – ao seu lado!

Ela ergue os olhos – devagar!

Que vai com os dele – se encontrar!

E a química está feita – neste instante!

E em breve serão – dois amantes?

E o trem então para – de repente!

E forma um amontoado – de gente!

E a moça indefesa – então cai!

Inerte nos braços – do rapaz!

E eles sorriem – um pro outro!

Seus corpos se juntam – que atração!

Naquele encontro – que emoção!

E por um instante – até parece!

Que os dois estão sozinhos – no vagão!

E ela se levanta – e esquece!

Que o rapaz segura-lhe – as mãos!

Ela sente o toque – dos dedos!

Suaves daquele – rapaz!

E fica manhosa – deseja!

Que ele não pare – nunca mais!

Ele se aproxima – lhe beija!

Então, fica escuro – demais!

E quando se encerra – a pane!

A moça procura – o rapaz!

E ela não o encontra – foi um sonho?

E isto tirou-lhe – a paz!

E chega o destino – final!

A moça deixou – o vagão!

O trem vai sumindo - na curva!

Bem longe  - daquela estação!

E a moça com a blusa – molhada!

No corpo um arrepio  - sentiu!

Pensou que aquele – momento!

De fato jamais – existiu!

 

Elaine Márcia, Porto Velho - RO, 25.09.15

 

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Soneto ao passarinho

 

Passarinho, és tão belo

Como é lindo o seu cantar!

No meu íntimo, quando escuto

Penso que queres me enamorar!

 

Passarinho, eu te espero

Todo dia ao entardecer

O seu canto, seus encantos

Parecem me enaltecer!

 

Passarinho, livre, solto

Quero ser como você

E ter asas, e voar

E cantar... te enamorar...

Sentir e te dar prazer!

 

Passarinho, venha logo

Alegrar meu entardecer

E convide-me, passarinho

Quero voar com você!

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CPP